São Paulo, sexta-feira, 01 de abril de 2005

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NAS LOJAS

MPB
ELBA RAMALHO E DOMINGUINHOS
  
ELBA RAMALHO E DOMINGUINHOS

A união entre Elba Ramalho e Dominguinhos poderia resultar em um disco ousado, com novas composições e novas tendências da música nordestina. Mas os dois (e a gravadora) apostaram no repertório conhecido: "Tenho Sede", "Eu Só Quero um Xodó", "Gostoso Demais", "De Volta pro Aconchego" e algumas menos notórias, todas em novas embalagens -teclados, guitarras e metais em vez de triângulos e zabumbas. A intimidade dos dois com a matéria-prima garante qualidade ao CD, mas ele podia ser muito mais.
POR QUE OUVIR: Lançada por Chico Buarque em "As Cidades", "Xote da Navegação" ganha uma bela versão. E sempre vale escutar "Lamento Sertanejo" (Dominguinhos/Gilberto Gil). (LUIZ FERNANDO VIANNA)

GRAVADORA: Sony BMG. QUANTO: R$ 28, em média.

Rock
CLÁSSICOS DA NOITE SENHOR F
   
VÁRIOS

"Senhor F" é uma das melhores revistas eletrônicas da atualidade, revirando o passado e o presente do rock brasileiro. Não demorou muito a ganhar outros braços, como shows com bandas emergentes e um selo. Essa compilação, com 22 bandas, é o primeiro lançamento dessa nova empreitada e reúne nomes já bem conhecidos nesse cenário (Autoramas, Frank Jorge, Relespública) e outros mais restritos às suas regiões, como Laranja Freak (RS), Repolho (SC), The Feitos (RJ) etc. Com exceção do MQN (GO), a opção pela língua portuguesa.
POR QUE OUVIR: Porque, colocadas lado a lado, as bandas aqui selecionadas refletem, na seara roqueira, o ótimo e produtivo momento por que passa o cenário musical alternativo. (BRUNO YUTAKA SAITO)

GRAVADORA: Senhor F/Distribuição: Tratore. QUANTO: R$ 15, em média.

Rock
THE RETURN OF THE NEW YORK DOLLS (DVD)
  
THE NEW YORK DOLLS

Sempre é deprimente ver uma banda que fez fama calcada nos excessos da juventude, como o New York Dolls, voltar envelhecida para shows saudosistas. A curiosidade é que a reunião foi promovida, no ano passado, por Morrissey, ex-presidente de um fã-clube da banda. Temos muito mais um tributo ao NYD, já que apenas três membros originais sobreviveram aos anos 70 -quer dizer, o baixista Arthur Kane morreria semanas após o show. Nos extras, ensaios e músicos falando sobre o grupo.
POR QUE ASSISTIR: O NYD é referência para o punk e o hard rock. O DVD justifica o clichê que coloca juventude como fator essencial para o rock. (BYS)

GRAVADORA: BMG. QUANTO: R$ 39, em média.

Folk
I'M WIDE AWAKE, IT'S MORNING
    
BRIGHT EYES

Folk indie minimalista, "I'm Wide..." é uma das duas graças em forma de CD soltas neste ano pelo menino-prodígio de Nebraska, Conor Oberst, 24 anos, o Bright Eyes ele mesmo. Enquanto o outro álbum "Digital Ash in a Digital Urn" é, hum, digital, este aqui é total analógico. Um apanhado de dez belas canções íntimas-acústicas-campestres sobre solidão e busca de identidade e desencontro amoroso deste jovem trovador da música independente americana, que geme enquanto canta.
POR QUE OUVIR: Um míni-Bob Dylan, Oberst se liberta ao cantar e tocar vários instrumentos. E se retrai em letras confessionais. (LÚCIO RIBEIRO)

IMPORTADORA: Peligro. QUANTO: R$ 35.

Rock
SKYLAB V
   
ROGÉRIO SKYLAB

O estado demencial da obra deste carioca não permite decifrar suas intenções. Skylab reúne obsessões mórbidas e humor negro em uma sonoridade entre o primal e o primário, que a antiprodução do CD (parece uma fita-demo) destaca bem. Musicalmente, o bardo não se renova: são as mesmas bases; às vezes rock, às vezes funky, às vezes bossa nova, nas quais Skylab dá um bico no bom gosto e escreve entre a psicopatia ("Estuprei a minha mãe") e a rebeldia pré-adolescente ("Ligo a TV/ pra ver o Chaves"). A família vai detestar.
POR QUE OUVIR: É música para gente doente, mas altamente saudável no absurdo da vida real. E hilário. (MDA)

GRAVADORA: LC Editora. QUANTO: R$ 22, em média.

Hip Hop
PIRATÃO
  
QUINTO ANDAR

O primeiro CD da trupe formada por quatro niteroienses, dois paulistas, um mineiro e um carioca dá continuidade à busca por um lugar ao sol que o hip hop produzido no Rio vem fazendo com relativo destaque desde o ano passado, com os discos de BNegão, Black Alien e De Leve, este membro do Quinto Andar. Encartada na revista "Outracoisa" deste mês, a estréia do coletivo mistura rap, dub e funk com letras que atiram contra os bichos-papões de sempre: gravadoras e o esquema do jabá, o governo, Gugu e Faustão etc.
POR QUE OUVIR: pelas ótimas "Muita Falta de Anti-Profissionalismo Dub" e "Melô do Piratão", a mais próxima do típico funk carioca, com uma letra tão hilária quanto crítica. (MARCO AURÉLIO CANÔNICO)

GRAVADORA: Tomba Records. QUANTO: R$ 13,90


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