São Paulo, domingo, 01 de abril de 2007 |
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BIA ABRAMO No BBB, ganham todos, menos o público
As famílias os amam aos gritos, é
claro, Pedro Bial até que se esforça
por achar algo a dizer a respeito deles, mas o fato é que, a cada "BBB", os
participantes são mais ralos, mais
desinteressantes, mais idênticos entre si. Ou bem porque o são mesmo,
ou bem porque o efeito "realidade"
já se dissipou totalmente, adestrados que estão para seus papéis.
Tanto faz.
Cá e lá, no Brasil e Argentina, a mesma coisa. A diferença, ruim para nós, é a maneira como o pobre "hermano" foi tratado. De dar vergonha. Enganar é o que importa: na base da brincadeira, os novos amigos ficavam ensinando o sujeito a falar bobagem, grosserias por galanteios. Só porque não falava português, o argentino era tomado por ignorante. A arrogância e a feroz xenofobia brasileira em ação. O adestramento dos participantes aos seus papéis e as interferências da produção na escolha do elenco fizeram dessa edição a mais destituída de interesse. O triângulo amoroso -tratava-se simplesmentente de um homem na divisão típica entre a mulher para fruir e a mulher para esperar- poderia até render um bom pornô, como quer uma produtora. Mas não há drama de verdade em assistir um macho comuníssimo recusando a moça que o quer e querendo aquela que se recusa. Velho demais, careta demais. Quem ganha na semana que vem? Alguém quer mesmo saber? Por quê? Por qual razão, a não ser uma necessidade completamente artificial de saber o final da história, ver o desfecho? (Lembrando, artificial não é igual a falso; mas sim postiço e, por extensão, posto no lugar de alguma outra coisa). Ainda por cima neste caso: não há propriamente suspense a respeito do vencedor. Na verdade, ganham todos -participantes, produção do programa, emissora, diretores, patrocinadores, anunciantes. Menos o público. E nós, o que perdemos, enquanto essa gente toda ganha dinheiro?
biaabramo.tv@uol.com.br |
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