São Paulo, quinta-feira, 01 de maio de 2003 |
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Continuação de "X-Men" estende para a vida real luta entre mutantes e humanos A guerra dos mundos
DIEGO ASSIS DA REPORTAGEM LOCAL Preconceito, deixe ele de lado se for ao cinema assistir a "X-Men 2", milionária adaptação dos quadrinhos da Marvel que estréia hoje no país. Heróis musculosos, heroínas sensuais, vilões traiçoeiros, tudo faz parte do pacote, mas, por trás de uma trama aparentemente ingênua, "X-Men 2" toca em uma das feridas mais abertas de nossos tempos: a intolerância. Não é que a sequência dirigida por Bryan Singer tenha colocado um barbudo de turbante fazendo o papel de inimigo-mor da humanidade, mas as semelhanças entre aspectos da "cruzada contra o terrorismo" e a guerra entre humanos e mutantes dos quadrinhos parece mais latente que nunca agora, quando até o vilão Magneto (Ian McKellen) fica bonzinho. Livremente inspirado em "Conflito de uma Raça", roteiro de Chris Claremont em que os X-Men lutam contra um militar fanático que deseja varrer todos os mutantes da face da Terra, a sequência deve agradar não só aos cativos da série da Marvel como também a um novo filão que vem ganhando força desde o sucesso do primeiro "X-Men": o dos fanáticos por Hugh Jackman. Com suas garras de adamantium -"o metal mais resistente do universo"- e seu jeitão folgado, Wolverine, o personagem de Jackman, é o responsável pelas principais gargalhadas do filme. "Este é o professor Logan", comenta, sem jeito, o jovem mutante Bobby Drake (Shawn Ashmore), quando seus pais flagram Wolverine fuçando a geladeira da família em busca de cerveja. Ao lado do anti-herói peludo, da doutora Jean Grey (Famke Janssen), de Ciclope (James Marsden), Vampira (Anna Paquin) e Tempestade (Halle Berry), o diretor acrescentou ao time do professor Xavier (Patrick Stewart) um novo mutante: Noturno, interpretado pelo ator escocês Adam Cumming. Escolha aparentemente acertada, diante das dezenas de nomes que já vestiram os uniformes da equipe de mutantes criados por Stan Lee e Jack Kirby em 1963. "Há outros mutantes não tão famosos fora do mundo dos quadrinhos que me chamam a atenção. A verdade é que em cada filme nós acabamos perdendo personagens. Eles são maravilhosos, mas requerem muito trabalho", disse Bryan Singer, em entrevista à Folha, em Los Angeles. Durante as fases de especulações sobre quem seriam os novos personagens em "X-Men 2", dois nomes, Fera e Anjo, apareceram com frequência, mas não ganharam enfim a tela grande. "O Fera tinha tudo para entrar no primeiro "X-Men", mas eu tive que abrir mão dele. O Anjo iria entrar no filme novo, mas nós tivemos que cortá-lo", revelou o diretor, que, sutilmente, escondeu uma alusão ao doutor Hank McCoy, a identidade humana de Fera, em uma das cenas da continuação. A referência, junto com outras aparições secundárias de Jubileu e Colossus, é bem estudada. Assim que saírem das salas de cinema, com um sorriso de orelha a orelha, os X-fãs já terão assunto suficiente para inundarem fóruns de discussão na internet sobre quem deve ou não estar na próxima continuação da série da Marvel. As histórias dos X-Men são publicadas no Brasil desde o início dos anos 80. Em 1988, os "filhos do átomo", como também são conhecidos, ganharam seu primeiro título próprio, pela editora Abril. Atualmente, os mutantes estão com a Panini, que lança no Brasil "X-Men" (reunindo as HQs americanas "New X-Men", a tradicional "Uncanny X-Men" e "Wolverine") e "X-Men Extra" (compilação de "X-Treme X-Men", "Exiles", "X-Force" e outras). A graphic novel "Conflito de uma Raça", lançada em 1988 pela Abril, deve ganhar nova edição neste mês, da Panini, desta vez com o título original "Deus Ama, o Homem Mata". Wolverine também comparece nas bancas com a série encadernada "Origem", de Paul Jenkins e Andy Kubert, especulação mais recente para o surgimento do personagem, desde a clássica "Arma X", de 1991. Colaborou Alysson Navarro, free-Lance para a Folha, de Los Angeles Texto Anterior: Programação de TV Próximo Texto: Crítica: "Franchise" suplanta questão da intolerância Índice |
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