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São Paulo, quinta-feira, 01 de maio de 2003

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CRÍTICA

"Franchise" suplanta questão da intolerância

PEDRO BUTCHER
CRÍTICO DA FOLHA

De todas as criaturas da Marvel que chegaram ao cinema nos últimos anos, os X-Men são, disparado, as mais interessantes. Eles de fato apresentam uma evolução do super-herói como figura mitológica: na condição de humanos portadores de mutações genéticas, são marcados pela diferença; seus poderes, muito longe de serem apenas vantajosos, são motivo de dor e desajuste; e muito antes de se portarem como justiceiros, os X-Men são marginais, vítimas de intolerância e medo.
A premissa deste "X-Men 2" ainda é bem mais interessante que a do primeiro filme da série, mera apresentação dos personagens. Um atentado contra o presidente dos EUA dispara uma onda antimutante, além de fazer com que o governo estude a implantação de uma lei de registro dos portadores de mutações. Uma situação que força os inimigos Xavier e Magneto a se unirem para resistir à perseguição.
É pena, no entanto, que essa premissa não se cumpra por inteiro. Muitas vezes o diretor Bryan Singer parece ter medo de levar a fundo a idéia. Pior, envenena sua história ao cumprir à risca os muitos compromissos de uma superprodução, oferecendo novos personagens e criando efeitos especiais mais espetaculares. A obrigação de um "franchise" cria problemas demais a serem resolvidos e empurra "X-Men 2" para vários desfechos.
Ainda assim, o filme é uma diversão de categoria, bem menos burocrática, por exemplo, que "Homem-Aranha". Há, pelo menos, uma galeria mais variada e simpática de personagens, que vão do machão Wolverine à sensível paranormal Jean Grey.


X-Men 2
Idem
   
Produção: EUA, 2003
Direção: Bryan Singer
Com: Patrick Stewart, Hugh Jackman
Quando: a partir de hoje nos cines Belas Artes, Continental e circuito



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