São Paulo, sexta-feira, 01 de maio de 2009

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FAU faz reformas sem autorização de defesa do patrimônio histórico

Conpresp e Condephaat ainda não aprovaram parte dos projetos em andamento

SILAS MARTÍ
DA REPORTAGEM LOCAL

Reformas no prédio da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP começaram sem autorização dos órgãos de preservação do patrimônio histórico municipal e estadual.
A área administrativa, o jardim e pilares de sustentação do prédio de linhas brutalistas de Vilanova Artigas (1915-1985), construído há 40 anos, vêm sofrendo alterações desde o ano passado. No entanto, os projetos de reforma só foram encaminhados em 16 de fevereiro ao Conpresp, órgão municipal de preservação, e ao Condephaat, órgão estadual -a FAU é tombada nas duas esferas.
Ao todo, sete projetos de reforma foram protocolados no mesmo dia, incluindo os planos de construção da chamada "subercobertura" da faculdade, estrutura em material transparente que seria construída sobre os domos de fibra de vidro do projeto original de Artigas, tentativa de recuperar as vigas de concreto do teto do edifício, que tem fissuras e vazamentos.
O problema da cobertura da FAU foi assunto de reportagem da Folha publicada em dezembro do ano passado. Na ocasião, o atual diretor da faculdade, Sylvio Barros Sawaya, afirmou que não precisava da autorização de órgãos de preservação para as reformas que tocava.
"Foi equivocado da minha parte, porque conversando com o Conpresp e o Condephaat, ficou claro que toda alteração feita precisa ser comunicada", diz Sawaya, 66. "Foi a vontade de andar rápido, eram coisas emergenciais."
O Conpresp afirmou que os projetos protocolados também não trazem a assinatura de nenhum responsável. "Os projetos terão uma assinatura a partir do momento que forem aprovados", diz Sawaya. "É que ocorreu com pressa." Segundo a presidente do Condephaat, Rovena Negreiros, apenas parte dos projetos foi aprovada pelo órgão em 30 de março.
A rapidez nas decisões da diretoria também têm irritado alunos e professores da FAU, que afirmam não serem consultados sobre as mudanças. Em carta à diretoria, estudantes e funcionários pediram uma reunião para esclarecer os projetos e a paralisação das reformas até que sejam discutidas. O encontro deve ocorrer no fim da semana que vem.


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