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FAU faz reformas sem autorização de defesa do patrimônio histórico
Conpresp e Condephaat ainda não aprovaram parte dos projetos em andamento
SILAS MARTÍ
DA REPORTAGEM LOCAL
Reformas no prédio da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP começaram sem
autorização dos órgãos de preservação do patrimônio histórico municipal e estadual.
A área administrativa, o jardim e pilares de sustentação do
prédio de linhas brutalistas de
Vilanova Artigas (1915-1985),
construído há 40 anos, vêm sofrendo alterações desde o ano
passado. No entanto, os projetos de reforma só foram encaminhados em 16 de fevereiro ao
Conpresp, órgão municipal de
preservação, e ao Condephaat,
órgão estadual -a FAU é tombada nas duas esferas.
Ao todo, sete projetos de reforma foram protocolados no
mesmo dia, incluindo os planos
de construção da chamada "subercobertura" da faculdade, estrutura em material transparente que seria construída sobre os domos de fibra de vidro
do projeto original de Artigas,
tentativa de recuperar as vigas
de concreto do teto do edifício,
que tem fissuras e vazamentos.
O problema da cobertura da
FAU foi assunto de reportagem
da Folha publicada em dezembro do ano passado. Na ocasião,
o atual diretor da faculdade,
Sylvio Barros Sawaya, afirmou
que não precisava da autorização de órgãos de preservação
para as reformas que tocava.
"Foi equivocado da minha
parte, porque conversando
com o Conpresp e o Condephaat, ficou claro que toda alteração feita precisa ser comunicada", diz Sawaya, 66. "Foi a
vontade de andar rápido, eram
coisas emergenciais."
O Conpresp afirmou que os
projetos protocolados também
não trazem a assinatura de nenhum responsável. "Os projetos terão uma assinatura a partir do momento que forem
aprovados", diz Sawaya. "É que
ocorreu com pressa." Segundo
a presidente do Condephaat,
Rovena Negreiros, apenas parte dos projetos foi aprovada pelo órgão em 30 de março.
A rapidez nas decisões da diretoria também têm irritado
alunos e professores da FAU,
que afirmam não serem consultados sobre as mudanças.
Em carta à diretoria, estudantes e funcionários pediram
uma reunião para esclarecer os
projetos e a paralisação das reformas até que sejam discutidas. O encontro deve ocorrer
no fim da semana que vem.
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