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Municipal do Rio é reaberto após 2 anos de reforma
Teatro recebeu R$ 70 mi para restauração e modernização, ganhando de banheiros a novos pisos e folhamento de ouro
Durante os trabalhos na casa, construída há 101 anos, restauradores reencontraram painel de Eliseu Visconti (1866-1944)
AUDREY FURLANETO
DA SUCURSAL DO RIO
O resultado da maior reforma dos 101 anos do Teatro Municipal do Rio de Janeiro -que
custou R$ 70 milhões e causou
seu fechamento por quase dois
anos- será aberto ao público.
No primeiro fim de semana, a
operação de reinauguração será na linha "soft opening": hoje,
para convidados, e amanhã,
com 70% da lotação da casa à
venda. A abertura oficial e completa será apenas no dia 27.
A reabertura lenta é parte do
projeto do restauro: como não
só detalhes arquitetônicos e
históricos foram acertados,
mas também a infraestrutura
(banheiros, fiação), o teatro deve ser reocupado com cautela.
Se em 1991 os funcionários
instalaram guarda-chuvas no
teto do teatro para que não chovesse na ilustre visitante, a
princesa Lady Di, agora pelo
menos oito patrocinadores
(Petrobras, Eletrobras, BNDES
e outros) bancaram a obra de
um ano e sete meses -que acabou por "melar" a festa do centenário, em 2009.
Quase mil pessoas trabalharam, entre eles importantes
nomes de arte em teatro, como
o francês Fabrice Gohard. Responsável pelo douramento da
tocha da Estátua da Liberdade,
em Nova York, e de telhados da
Ópera de Paris e do Teatro de
Versalhes (França), ele cuidou
do ouro aplicado na águia no topo da fachada do Municipal.
"Procuramos na América Latina algum profissional que
aplicasse ouro em área externa.
Não há. O Municipal é o único
da América Latina que usa ouro
do lado de fora", diz Cecilia Modesto, uma das arquitetas da
obra. Ao todo, foram 219 mil folhas de ouro na reforma.
O douramento novo chama a
atenção na Cinelândia, onde fica o teatro -ao lado da Biblioteca Nacional e da Câmara Municipal-, encomenda do prefeito Pereira Passos em projeto
para o Rio ser a "Paris tropical".
É na praça também que será
nítida outra mudança: a calçada lateral será ampliada para
criar um bulevar, com mesas e
cadeiras. A estátua de Carlos
Gomes, hoje no meio da Cinelândia, será levada para a área.
Do lado de dentro, em trabalho quase de arqueólogos, restauradores descascaram as paredes e viram surgir pinturas
nos tetos das rotundas.
A maior das descobertas, porém, foi um painel de Eliseu
Visconti (1866-1944) para a boca de cena. De 1909, foi emparedado numa das reformas anteriores e revelado agora.
Outras duas pinturas de Visconti no foyer do balcão nobre,
tão desgastadas que eram consideradas perdidas, foram recuperadas em restauração dita
"impressionante" pela arquiteta da obra. Ainda no foyer, 80%
do douramento que estava coberto de tinta (em reformas
inadequadas) volta ao original.
No primeiro dia aberto ao
público, amanhã, a casa vai
apresentar o balé "Carmen", de
Roland Petit, com a orquestra
sinfônica do teatro. Os ingressos terão desconto de 50% e algumas áreas não serão abertas.
CARMEN DE ROLAND PETIT
Quando: hoje para convidados, às 20h,
amanhã, às 16h
Onde: Teatro Municipal do Rio (pça.
Marechal Floriano, s/nº, tel. 0/xx/
21/2332-9195)
Quanto: R$ 8
Classificação: não informada
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