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BIENAL RJ/SALÃO SP
Catracas eletrônicas desinflam
os números de organizadores
IVAN FINOTTI
da Reportagem Local
As feiras de livros nacionais, sejam paulistanas ou cariocas, resolveram desinflar seus números.
Contando com o álibi de agora
possuírem catracas eletrônicas, os
organizadores do 1º Salão Internacional do Livro de São Paulo e da 9ª
Bienal Internacional do Livro do
Rio afirmam que todos os números divulgados até hoje não refletem o número verdadeiro de visitantes de suas feiras.
"Acho que esse ano teremos dois
números verdadeiros", afirma José
Henrique Grossi, vice-presidente
da Câmara Brasileira do Livro, que
organiza as feiras em São Paulo.
"Nem nós considerávamos confiáveis os números antigos", diz
Arthur Repsold, diretor da empresa contratada pelo Sindicato Nacional dos Editores do Livro para
organizar a Bienal do Rio.
Os números antigos são do patamar do milhão. Na última Bienal
do Rio, por exemplo, divulgou-se
943.212 visitantes. No ano passado,
a Bienal de São Paulo divulgou
1.396.474 visitantes.
Esse ano, o Rio está divulgando
uma estimativa de 500 mil. Até
quarta-feira, 348.438 pessoas,
sempre segundo os números oficiais, haviam entrado nos pavilhões do Riocentro. A feira começou na terça da semana passada e
vai até esse domingo.
"Antes, usávamos roletas e uma
pessoa que trabalhava no evento
passava muitas vezes e era sempre
contada . Agora, estamos desconsiderando os funcionários e divulgando apenas o público", afirma
Repsold.
Seu colega paulistano, José Henrique Grossi, concorda com a explicação da roleta, mas deu também outra razão: "Mídia. Um não
queria perder do outro, aparecendo com números menores nos jornais".
Essa, aliás, é a principal razão de
a organização da feira paulistana
ter optado pela tática de não divulgar seus números diariamente,
apesar de contar com catracas eletrônicas semelhantes às da Bienal
do Rio.
"O público está um pouco abaixo
do esperado", diz Grossi. "A diretoria achou por bem divulgar apenas no dia 4 ou 5 de maio."
O fato de as duas feiras acontecerem ao mesmo tempo pode ter ajudado a diminuir o público, mas
Repsold não concorda. "Não acho
que esteja afetando. Não sinto isso.
Certamente essa é a Bienal mais
bem-sucedida em termos de movimento, resultado e promoção",
afirma.
"Quando marcamos a Bienal para abril (sempre foi em agosto), tínhamos a expectativa que o Salão
do Livro em São Paulo não aconteceria. Acho que o Salão estava marcado para maio e trocou para
abril", diz Repsold.
"Eles sabiam sim", rebate Grossi.
"Foi uma estratégia deles, acho que
bem-sucedida. O Salão estava
marcado para este mês desde agosto de 96."
Grossi afirma não saber se haverá mais Salão do Livro em São Paulo. "Vamos avaliar em conjunto
com os organizadores do Rio. Se
houver, não será mais nos mesmos
dias."
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