São Paulo, sexta-feira, 01 de junho de 2007

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Crítica

Hitchcock nos ensina a ver nas aparências

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

O que mais dizer de "Intriga Internacional" (Turner Classic Movies, 0h05)? Ele talvez seja o mais perfeito dos filmes de perseguição de Hitchcock, esses em que o inocente foge da polícia para buscar provas da inocência e, para tal, precisa, ao mesmo tempo, procurar o verdadeiro culpado e fugir de suas investidas. É o destino de Cary Grant diante de James Mason.
Hitchcock desenvolveu, assim, uma arte especial, em que proclama o cinema como arte da aparência -e duvida dela. Por que a polícia se engana e persegue inocentes? Pois é incapaz de olhar as aparências.
O cinema seria a arte de ver na aparência o que existe de realidade. Para tanto, não se trata de ir do superficial ao profundo, mas o inverso: o evidente é algo a conquistar. Cineastas deviam ver Hitchcock e ler "A Carta Roubada", de Poe.


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