São Paulo, domingo, 01 de junho de 2008

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"Coleção Folha" leva "Macunaíma" às bancas no próximo domingo

Obra de 1928 do modernista Mário de Andrade será o 17º volume da série

DA REPORTAGEM LOCAL

Figura-chave do modernismo brasileiro, Mário de Andrade (1893-1945) já escrevera o livro de poesia "Paulicéia Desvairada" e a novela "Amar, Verbo Intransitivo" quando lançou, em 1928, "Macunaíma: O Herói sem Nenhum Caráter".
Neste romance, 17º da "Coleção Folha Grandes Escritores Brasileiros", unem-se procedimentos da prosa moderna e uma ampla gama de lendas americanas, combinam-se tonalidade lírica e fala popular, o registro elevado mitopoético e o expediente cômico.
Não estranha, portanto, que Mário tenha chamado a obra de rapsódia, um termo que define composições musicais cujo caráter mais solto permite justamente uma mescla de estilos.
A pesquisa para a elaboração do livro iniciou-se bem antes de o autor tê-lo escrito, nas férias de fim de ano, em 1926. A inspiração partiu da coletânea de lendas amazônicas do alemão Theodor Koch-Grümberg.
Foi nela que Mário descobriu a figura do deus Macunaíma, que percorre o Brasil, a Venezuela e as Guianas. Reinventando o personagem à sua maneira, criou o "herói da nossa gente", nascido "preto retinto e filho do medo da noite" e que, a certa altura, torna-se branco.
Guiado pelo prazer e pela preguiça, ele vive aventuras com seus irmãos Maanape e Jiguê. Na principal, vai a São Paulo, para recuperar um talismã que está com Venceslau Pietro Pietra - na verdade, Piaimã, gigante comedor de gente.
No fim, um papagaio, única testemunha da história do herói, transmite-a ao narrador. Este, por sua vez, bota a boca "no mundo cantando na fala impura as frases e os casos de Macunaíma". Ou seja, encerra como começou.
O livro foi transformado em filme pelas mãos do cineasta Joaquim Pedro de Andrade.


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