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Escritores viram astros na Mantiqueira
Prêmio anunciado em São Francisco Xavier atrai atenção da população para autores
MARCO RODRIGO ALMEIDA
ENVIADO ESPECIAL A SÃO FRANCISCO
XAVIER
Ao anunciar, no sábado, o
livro "AvóDezanove e o Segredo do Soviético" como um
dos finalistas do Prêmio São
Paulo de Literatura, durante
o Festival da Mantiqueira, o
governador Alberto Goldman não se conteve.
"Não entendi nada. Esse
quer mesmo chamar a atenção", disse, aos risos.
Talvez em 2011 o escritor
angolano Ondjaki, autor do
livro, já não cause tanta "estranheza" no festival.
Distrito de São José dos
Campos com 2.800 habitantes, São Francisco Xavier é
um divisor de águas na carreira de muitos autores desde
que os finalistas do Prêmio
SP passaram a ser divulgados ali, no ano passado.
O prêmio, que será entregue no dia 2 de agosto, dará
R$ 200 mil para cada um dos
dois vencedores.
O alto valor, o maior do
Brasil, desperta curiosidade
e funciona como um trampolim do anonimato, ou do reconhecimento apenas entre
acadêmicos, para a consagração junto ao público.
Vencedores do prêmio em
2009, Altair Martins e Ronaldo Correia de Brito são nomes que ganharam impulso
em São Francisco Xavier.
Ambos abriram os debates
do festival deste ano. Entrevistá-los sem ser interrompido por fãs em busca de fotos
ou autógrafos era quase impossível.
Após o debate, uma senhora, acanhada, perguntou
à Folha: "Tem como me
apresentar o Ronaldo?".
Uma moradora pediu uma
cópia com o nome dos finalistas. Quer ler todos, inclusive Ondjaki, cujo nome perguntou como se pronuncia
[se fala como se escreve]. "Às
vezes eles falam difícil e a
gente não entende, mas são
todos gente boa."
O jornalista MARCO RODRIGO ALMEIDA viajou a convite do evento
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