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Ney Matogrosso desfila show-surpresa no Rio
Cantor participa de desfile da Blue Man e diz que roupa libera voz dos personagens
VIVIAN WHITEMAN
ENVIADA ESPECIAL AO RIO
O cantor Ney Matogrosso
fez uma apresentação-surpresa no desfile da grife de
moda praia Blue Man. A marca apresentou a coleção primavera-verão 2010-2011, no
domingo, no teatro Gláucio
Gill, no Fashion Rio.
Ney, 68, interpretou, pela
primeira vez, "Cuando Calienta el Sol", conhecida na
voz de Trini Lopez.
A música foi escolhida por
Marta Reis, diretora de estilo
da grife, que também convidou para tocar no desfile o
violonista Yamandú Costa.
Leia trechos da entrevista
do cantor à Folha a seguir.
Folha - Qual é a sua relação
com a moda?
Ney Matogrosso - Não tenho nenhuma ligação especial com a moda, mas aceitei
fazer porque o desfile teve
uma concepção teatral, achei
uma novidade interessante.
De que forma a moda faz parte do seu dia a dia?
Gosto de roupas confortáveis e simples, peças que não
chamem a atenção. Só faço
questão de qualidade. Roupa
para mim ter de ser bem feita,
algo que eu possa usar até do
avesso.
Você sempre teve figurinos
muito comentados, desde o
Secos & Molhados. Como
pensa a roupa de palco em relação à música?
Penso primeiro num personagem. Aí, vou atrás da
roupa que vai liberar a voz
dele. Pode ser uma coisa supertrabalhada, como o macacão dourado que usei na
turnê de "Inclassificáveis"
[feito por Ocimar Versolato,
com quem trabalha há 13
anos] ou um terno, como o
que uso em "Beijo Bandido".
Não é uma questão de ser
chamativo ou sofisticado, o
que importa é a adequação
ao personagem que crio para
determinado trabalho.
Quem, na sua opinião, fez o
melhor uso do figurino na
história da música?
Sem dúvidas, Carmen Miranda.
Além dos figurinos, você também já usou muita maquiagem em seus shows...
É, com certeza. Mas hoje
faço uma coisa muito simples, voltada principalmente
ao olhar. Basicamente, marco os olhos com lápis. É um
recurso ótimo para que a expressão dos olhos seja percebida à distância.
Artistas de palco precisam de
disciplina corporal especial?
Acho fundamental. Mas
não como uma obrigação. Eu
sou extremamente disciplinado. Se estou em turnê, não
saio para jantar, não durmo
tarde, não cometo excessos.
E isso não é um sacrifício,
não sinto que estou abrindo
mão de alguma coisa. Simplesmente faz parte do meu
trabalho como artista.
Atualmente, existe muita
pressa, ou pressão, para que
artistas em turnê lancem logo
DVDs. O que acha disso?
Não gosto de trabalhar assim e não tenho pressa nenhuma. Estou viajando com
"Beijo Bandido" desde setembro de 2009 e meu DVD
só vai ser gravado em agosto.
O espetáculo precisa amadurecer, crescer e isso leva
tempo. Já viajei muito com o
show, vou novamente para a
Europa, farei meu primeiro
show na Inglaterra e só depois volto para a gravação,
que deve acontecer no Rio ou
em São Paulo.
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