São Paulo, terça-feira, 01 de junho de 2010

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Ney Matogrosso desfila show-surpresa no Rio

Cantor participa de desfile da Blue Man e diz que roupa libera voz dos personagens

VIVIAN WHITEMAN
ENVIADA ESPECIAL AO RIO

O cantor Ney Matogrosso fez uma apresentação-surpresa no desfile da grife de moda praia Blue Man. A marca apresentou a coleção primavera-verão 2010-2011, no domingo, no teatro Gláucio Gill, no Fashion Rio. Ney, 68, interpretou, pela primeira vez, "Cuando Calienta el Sol", conhecida na voz de Trini Lopez.
A música foi escolhida por Marta Reis, diretora de estilo da grife, que também convidou para tocar no desfile o violonista Yamandú Costa. Leia trechos da entrevista do cantor à Folha a seguir.

Folha - Qual é a sua relação com a moda?
Ney Matogrosso
- Não tenho nenhuma ligação especial com a moda, mas aceitei fazer porque o desfile teve uma concepção teatral, achei uma novidade interessante.

De que forma a moda faz parte do seu dia a dia?
Gosto de roupas confortáveis e simples, peças que não chamem a atenção. Só faço questão de qualidade. Roupa para mim ter de ser bem feita, algo que eu possa usar até do avesso.

Você sempre teve figurinos muito comentados, desde o Secos & Molhados. Como pensa a roupa de palco em relação à música?
Penso primeiro num personagem. Aí, vou atrás da roupa que vai liberar a voz dele. Pode ser uma coisa supertrabalhada, como o macacão dourado que usei na turnê de "Inclassificáveis" [feito por Ocimar Versolato, com quem trabalha há 13 anos] ou um terno, como o que uso em "Beijo Bandido".
Não é uma questão de ser chamativo ou sofisticado, o que importa é a adequação ao personagem que crio para determinado trabalho.

Quem, na sua opinião, fez o melhor uso do figurino na história da música? Sem dúvidas, Carmen Miranda.

Além dos figurinos, você também já usou muita maquiagem em seus shows...
É, com certeza. Mas hoje faço uma coisa muito simples, voltada principalmente ao olhar. Basicamente, marco os olhos com lápis. É um recurso ótimo para que a expressão dos olhos seja percebida à distância.

Artistas de palco precisam de disciplina corporal especial?
Acho fundamental. Mas não como uma obrigação. Eu sou extremamente disciplinado. Se estou em turnê, não saio para jantar, não durmo tarde, não cometo excessos. E isso não é um sacrifício, não sinto que estou abrindo mão de alguma coisa. Simplesmente faz parte do meu trabalho como artista.

Atualmente, existe muita pressa, ou pressão, para que artistas em turnê lancem logo DVDs. O que acha disso?
Não gosto de trabalhar assim e não tenho pressa nenhuma. Estou viajando com "Beijo Bandido" desde setembro de 2009 e meu DVD só vai ser gravado em agosto.
O espetáculo precisa amadurecer, crescer e isso leva tempo. Já viajei muito com o show, vou novamente para a Europa, farei meu primeiro show na Inglaterra e só depois volto para a gravação, que deve acontecer no Rio ou em São Paulo.


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