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CINEMA
Além de produzir um filme que terá a atriz americana, Luiz Carlos Barreto planeja montar uma distribuidora
Barreto prepara longa com Amy Irving
DENISE MOTA
enviada especial a Fortaleza
"Sou muito megalômano",
afirmou o produtor Luiz Carlos
Barreto, 70, durante o 8º Cine Ceará, festival que acontece em Fortaleza até 4 de junho.
Coordenando o lançamento de
"Bela Donna" -que abriu o festival, na última sexta-feira- e
preparando-se para iniciar a produção de um longa de Bruno Barreto, "Miss Simpson" (com a
mulher do diretor, Amy Irving, no
papel principal), o produtor ainda
planeja abrir uma distribuidora de
filmes nacionais até o final do ano.
"É necessário que nosso cinema
comece a se desvencilhar da Lei do
Audiovisual, que deve acabar em
2003 mesmo", afirmou.
Presente ao festival para a
pré-estréia de "Bela Donna",
Barreto definiu a obra como "bonita e perigosa", como a planta
que leva o mesmo nome do filme.
O diretor do longa, Fábio Barreto, não compareceu à abertura do
Cine Ceará, por motivos de saúde.
Ambientado no início da Segunda Guerra -e, por isso, "fácil de
escorregar para armadilhas políticas, que foram evitadas", segundo o produtor-, o filme traz uma
história de pescador cuja "mentira" está no título, a se julgar pela
estratégia de lançamento da obra
no Brasil, em 7 de agosto.
Com a canadense Natasha Henstridge no papel-título, o longa terá
em Eduardo Moscovis sua verdadeira "prima donna".
Recém-saído da novela "Por
Amor", Moscovis, que ainda não
tem em vista novos projetos, está
escalado para participar de pré-estréias locais do filme pelo país.
"Sabemos que o foco do público
está no Eduardo. Se 60 milhões de
pessoas viram a novela e 1% desse
público se voltar ao cinema, já são
600 mil espectadores", contabiliza Barreto.
O produtor evita relacionar o
longa a mais uma inscrição ao Oscar (a família teve "O Quatrilho",
de Fábio Barreto, e "O Que É Isso,
Companheiro?", de Bruno Barreto, indicados ao prêmio de melhor
filme estrangeiro de 96 e 98, respectivamente).
"Não fizemos filme para o Oscar, ele não é um filme de estouro,
não é "Titanic', não é "Tubarão'."
Negociado no exterior pela distribuidora e produtora Pandora,
"Bela Donna", que custou R$ 5,5
milhões, foi vendido para 25 países, incluindo Espanha, Alemanha, Itália e toda a América Latina.
Viúvas de Glauber
Classificado pelo produtor como
representante de um "cinema nacional visual", que prioriza imagens, e não diálogos, "como o cinema estrangeiro norte-americano", "Bela Donna" foi alvo de
críticas de alunos do Instituto
Dragão do Mar, escola que forma
profissionais especializados em
técnicas cinematográficas.
Com a faixa "Não existe fome
na Disneylândia", dentro do Cine
São Luiz, seis estudantes, um grupo de capoeiristas e uma banda,
auto-intitulados Viúvas de Glauber, exigiam "maior inventividade" da obra e protestavam contra
o fato de a maioria dos personagens falarem inglês, embora a trama se passe em uma área de simples pescadores.
Do cantor Falcão ao pré-candidato à Presidência pelo PPS, Ciro
Gomes, a abertura do 8º Cine Ceará ainda reuniu atores como José
Wilker (apresentador do festival)
e Eduardo Moscovis.
No sábado, o festival exibiu os
curtas nacionais "100 Redes e
Tralhas", "Terra de Morada",
"Lápide", "Simião Martiniano,
o Camelô do Cinema", "Um Dia
e Logo Depois um Outro", "O
Náufrago" e o longa "Iremos a
Beirute", de Marcus Moura.
A jornalista
Denise Mota viaja a Fortaleza a
convite da organização do festival.
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