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Conflito habita paisagens de "Bela Donna'
da enviada a Fortaleza
Dez anos -e uma atriz- separam "Bela Donna" de "Luzia
Homem" (87), filme também rodado no Ceará por Fábio Barreto
para o qual também estava convidada a atriz Florinda Bolkan, que
não participou da produção.
Dessa vez, ela não só aceitou o
convite para interpretar uma mística respeitada em uma vila de pescadores, mas também cedeu sua
casa para servir de locação.
A paisagem de Quixadá e Canoa
Quebrada (CE), em 1939, quando
eclode a Segunda Guerra Mundial,
abriga o conflito existencial de
uma jovem estrangeira, recém-chegada ao país, e de um pescador viajado, tão abundante em
aventuras pelo mundo quanto em
relacionamentos amorosos.
Em adaptação do romance
"Riacho Doce", de José Lins do
Rego, Eduardo Moscovis é Nô, o
desejo de todas as mulheres da região, que volta ao lar para rever a
mãe (Bolkan) e velhos amigos.
Em situação oposta, buscando
uma vida nova e fugindo da guerra
iminente, chega ao local um engenheiro especializado em escavação
de petróleo (Andrew McCarthy,
de "A Garota de Rosa Shocking"), contratado por um empresário brasileiro (Guilherme
Karam) que lhe promete a possibilidade de enriquecimento rápido.
Com ele vem Donna (Natasha
Henstridge, de "A Experiência"),
sua mulher, de personalidade turbulenta e inconstante e passado
misterioso.
Entediada com a depressão crescente do marido e extasiada com a
beleza natural que a cerca, Donna
se embrenha na cultura local e se
apaixona por Nô.
O relacionamento, rapidamente
notório na comunidade, recebe a
desaprovação da mãe do pescador, que prevê desgraça para o filho, e a traição de um dos companheiros de Nô (Ângelo Antônio),
que se aproveita da ira do marido
de Donna para encomendar, a um
matador de aluguel (Jackson Costa), a morte do pescador.
Jeová
Para interpretar o papel, o ator
Eduardo Moscovis afirmou ter se
inspirado em Jeová, um pescador
que conheceu em sua chegada em
Canoa Quebrada, casado com
uma suíça.
Rodado em Cinemascope e produzido com recursos obtidos por
meio da Lei do Audiovisual, Lei
Rouanet e Lei de Incentivo Fiscal à
Cultura do Estado do Ceará, o
quinto longa-metragem de Fábio
Barreto ainda traz no elenco Letícia Sabatella, Odilon Wagner e Sophie Ward.
A trilha sonora tem assinatura
de Dori Caymmi e a fotografia é do
argentino Felix Monti (de "A História Oficial"), que já trabalhou
com a família Barreto em "O
Quatrilho" e "O Que É Isso,
Companheiro?".
(DM)
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