São Paulo, domingo, 01 de julho de 2007

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Drama
A Rainha
STEPHEN FREARS
Distribuidora:
Europa; Quanto: só locação Avaliação: bom
Stephen Frears é um hábil artista da corda bamba, equilibrando em seus melhores dias o espetáculo clássico hollywoodiano e a crítica a seus valores. Neste filme, centrado na crise da monarquia britânica que se seguiu à morte da renegada princesa Diana, ao mesmo tempo em que assumia o poder o primeiro-ministro Tony Blair, Frears recria com notável eficácia os dilemas íntimos da rainha (Helen Mirren), tendo como pano de fundo o alvoroço midiático em torno da morte de Lady Di. Há um olhar ao mesmo tempo crítico e afetuoso às tradições da corte e um misto de fascínio e horror pelo novo império triunfante, o das celebridades da mídia. Destaque para o ótimo elenco e para o bom uso dos registros documentais. (JOSÉ GERALDO COUTO)

Ficção Científica
Filhos da Esperança
ALFONSO CUARÓN
Distribuidora:
Universal; Quanto: R$ 49,90
Avaliação: bom
A identificação com o presente é o principal trunfo de "Filhos da Esperança". Baseado em livro de P.D. James, o filme de Alfonso Cuarón descreve com tintas amargas um futuro próximo, no qual a humanidade vive um período de infertilidade, catalisado pelo assassinato do ser humano mais jovem do planeta, "Baby" Diego, 18. Em meio à comoção pública, o burocrata Theo (Clive Owen) se vê envolvido no centro de uma intrincada trama, após ser seqüestrado por um grupo insurgente. A jornada do anti-herói -Cuarón o constrói com marcada fragilidade- é filmada em tom documental, cheia de planos-seqüências inventivos e, principalmente, com imagens urbanas familiares, o que aumenta o clima de horror nessa Londres apocalíptica e tão próxima. (MARIO GIOIA)

Policial
Eleição - O Submundo do Poder
JOHNNIE TO
Distribuidora:
California; Quanto: só locação
Avaliação: ótimo
Uma visão das tríades, versão chinesa da máfia, durante a disputa pelo comando de uma organização. O experiente diretor Johnnie To utiliza as regras do filme de gênero, mas abstrai as lutas coreografadas e as cenas de tiroteio comuns nas produções de Hong Kong. Sem apelar para violências gratuitas, To traça um painel simbólico de como funciona a política fora das encenações da democracia. Sem deixar de realizar um filme simples e popular em sua narrativa, a direção exibe elegância e sofisticação na forma e culmina num dos mais espetaculares finais do cinema recente. (CÁSSIO STARLING CARLOS)

Documentário
Estamira
MARCOS PRADO
Distribuidora:
Europa; Quanto: só locação
Avaliação: regular
Premiado em todos os festivais que disputou, "Estamira" é, salvo engano, o filme mais superestimado dos últimos tempos. Ao retratar a catadora de lixo Estamira, o documentário vê sua psicose como uma espécie de iluminação. Suas frases desconexas e apocalípticas são elevadas a discursos visionários. E o lixão onde ela vive, filmado num preto-e-branco granulado, ganha dimensões metafísicas. Para pôr os pés no chão e lembrar que lixo é lixo e loucura é loucura, uma boa pedida é ver "Boca de Lixo" (1992), de Eduardo Coutinho, e "Imagens do Inconsciente" (1986), de Leon Hirzsman. (JOSÉ GERALDO COUTO)

Guerra
Dias de Glória
RACHID BOUCHAREB
Distribuidora:
Videofilmes; Quanto: só locação
Avaliação: bom
Prêmio de interpretação para o elenco principal no Festival de Cannes 2006, representou a Argélia no Oscar de filme estrangeiro deste ano, embora seja uma co-produção com França, Marrocos e Bélgica. Os protagonistas são alguns dos 230 mil "indígenas" (título original) das colônias do Norte da África recrutados pelo Exército francês para lutar contra os alemães durante a Segunda Guerra, mas tratados como soldados de segunda categoria e, com o final do conflito e os processos de independência, sem direito a aposentadoria. O francês Bouchareb acompanha quatro soldados em frentes de combate. (SÉRGIO RIZZO)

Série de TV
NCIS - 3ª Temporada
DONALD P. BELLISARIO E DON MCGILL
Distribuidora:
Paramount; Quanto: R$ 100
Avaliação: regular
A terceira temporada da série, sobre detetives que investigam crimes ligados à Marinha americana, começa com um tiro que determina o fim daquilo que a originou. Um terrorista mata a investigadora cuja entrada no NCIS é o mote para enfocar a agência liderada por Mark Harmon. Superar essa perda e preencher a vaga viram o desafio do seriado. A rapidez com que isso acontece, em quatro episódios (de um total de 24), com a entrada de uma agente israelense demonstra como em Hollywood ninguém é insubstituível. (LÚCIA VALENTIM RODRIGUES)


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