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Coleção Folha destaca Delacroix, um dos precursores do modernismo
Obra de francês que se opôs ao academicismo é tema do próximo volume
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma das importantes características das vanguardas modernistas, no século 19, foi a revolta contra os temas eruditos e
grandiloqüentes impostos pela
Academia Francesa. Outra propriedade desses desbravadores
foi recorrer a viagens por locais
exóticos em busca de novas inspirações, como ocorreu posteriormente com Gauguin.
Entre os precursores do modernismo, o francês Eugène
Delacroix (1798-1863), tema do
volume do próximo domingo
da Coleção Folha Grandes
Mestres da Pintura, antecipou
não só a técnica impressionista
anti-acadêmica no uso das cores como também viajou para o
norte da África, em busca de
novas referências.
Contemporâneo de Jean-Auguste-Dominique Ingres,
considerado conservador, Delacroix é um "dos grandes revolucionários surgidos no país
das revoluções", como escreve
o historiador E.H. Gombrich.
"Se não combati pela pátria, ao
menos posso pintar para ela",
escreveu o artista a seu irmão.
Uma das formas desse engajamento foi a pintura "A Liberdade Guiando o Povo", de 1830,
adquirida pelo Estado francês,
mas poucas vezes exibida por
ter sido considerado excessivamente panfletária.
Com a bandeira francesa tremulando nas mãos de uma liberdade resoluta e destemida, a
obra foi liberada para visitação
apenas após a Revolução de
1848.
A falta de clareza nos contornos das figuras, a ausência de
poses individuais e o comedimento na composição são marcas que vão caracterizar Delacroix contra o academismo de
Ingres.
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