São Paulo, quarta, 1 de julho de 1998

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Filme inspirado na série é "coisa de menino"

SÉRGIO DÁVILA
em Paris

"Perdidos no Espaço - O Filme" é ótimo se você é homem e era garoto nos anos 60 -senão, perde a graça.
Todo moleque pensa que um dia terá dinheiro suficiente para refazer as coisas legais da infância do jeito que ele quer.
Portanto, nada mais "coisa de menino" do que o que o diretor Stephen Hopkins fez: com US$ 80 milhões na mão, refilmou sua série preferida da maneira que quis.
E não fez mal, esse inexpressivo Hopkins. De cara, resolveu bem a angústia principal de todo fã da série: qual ator seria capaz de substituir à altura o dr. Zachary Smith (o ator Jonathan Harris, ainda vivo)?
Pois a interpretação de Gary Oldman tem o componente canalha do personagem original, conseguindo até mesmo repetir os ridículos bordões do médico, sem cair ele próprio no ridículo.
Eis o principal trunfo do filme sobre a série. Se esta tinha uma ingenuidade irresistível, o filme apresenta elenco melhor, do propositadamente inexpressivo William Hurt à irresistível Lacey Chabert, de "Party of Five", como uma conflituosa Penny.

Atores originais
A diversão final para o fã é descobrir aqui e ali pontas dos atores do enlatado dos anos 60. Estão no filme June Lockhart (a primeira Maureen), Marta Kristen (Judy), Angela Cartwright (Penny) e Mark Goddard (West).
Billy Mumy, hoje roqueiro, que interpretava Will Robinson, e Jonathan Harris, o único Dr. Smith, também foram chamados, mas pediram muito dinheiro.
E, uma vez que o menino está mesmo enterrado no homem feito sapo em macumba (como dizia Nelson Rodrigues), é impossível deixar de citar: Heather Graham (a Judy) tem mais sexo no dedo mindinho do pé esquerdo do que todas as mulheres da família Robinson original juntas.



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