São Paulo, domingo, 01 de agosto de 2004

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Performances marcam primeira semana da mostra

DA REPORTAGEM LOCAL

Além do burburinho natural que a abertura de uma bienal provoca, dois eventos vão marcar a primeira semana da 26ª Bienal de São Paulo, que será aberta no dia 25 de setembro. Das obras dos 135 artistas de 62 países que vão tomar parte da mostra, apenas duas performances serão realizadas durante a exposição e ambas irão ocorrer em seus primeiros dias.
O chinês Cai Guo Qiang, que participa como artista escolhido para uma sala especial, irá queimar, na abertura do evento, uma torre de nove metros de altura, envolvida em pólvora, e armada dentro do prédio da Bienal.
Menos espetacular, a coreógrafa portuguesa Vera Mantero irá realizar uma performance, "Comer o Coração", dentro de uma escultura de Rui Chafes. Os dois participam da mostra no segmento das representações nacionais, indicados por Portugal.
Além de realizar a performance na abertura da Bienal, Mantero, umas das mais prestigiadas coreógrafas contemporâneas, irá repeti-la na primeira semana, três vezes por dia, o que irá facilitar a visibilidade do público, já que a abertura é, tradicionalmente, fechada para convidados.
Após esse período, ficará em exibição um vídeo documentando a performance. Essa participação foi acertada há duas semanas, em São Paulo, por Paulo Cunha e Silva, diretor do Instituto das Artes, em Portugal, instituição responsável pela presença dos portugueses na Bienal. Além da participação no evento, Silva acertou uma mostra de arte contemporânea portuguesa, desde os anos 80, que irá acontecer no próximo ano, na Pinacoteca do Estado.
"O Instituto trabalha com artes visuais e performáticas, por isso sugeri ao curador Alexandre Mello reunir esses dois elementos, o que se constituiu no objeto híbrido que será a obra de Vera e Rui", disse Silva à Folha, na passagem pela cidade. Mantero deve expor ainda uma série de trabalhos solos durante sua estada em São Paulo, em outros locais.
Se há poucas performances, a instalação é o suporte predominante da 26ª Bienal, apesar de o curador da mostra, o alemão Alfons Hug, ter procurado dar destaque à pintura, que comparece com 28 artistas, mesmo número de trabalhos fotográficos. A mostra terá ainda 19 vídeo-instalações e dez esculturas. A lista completa de artistas pode ser encontrada no site da Bienal (http://bienalsao paulo. terra.com.br).

Cena contemporânea
Sem núcleo histórico, a Bienal agora apresenta artistas com destaque na cena contemporânea em salas especiais. Três brasileiros participam desse segmento: Artur Barrio, Paulo Bruscky e Beatriz Milhazes. Além de Qiang, a China está nesse módulo com esculturas de Huang Yong Ping. Os demais selecionados nas salas especiais são o chileno Eugênio Dittborn, o belga Luc Tuymans e o alemão Thomas Struth.
Nas representações nacionais, haverá a participação de 47 países, além de um segmento de fotografia africana, com a presença de sete países. Já para a mostra temática dessa edição, "Território Livre", Hug selecionou 72 artistas, 16 deles brasileiros. No total, há 21 artistas do país, sendo que Ivens Machado representa o Brasil, com curadoria de Nelson Aguilar.
O arquiteto Isay Weinfeld, que na Bienal passada participou como artista na mostra temática, "Iconografias Metropolitanas", nesta edição foi escolhido como responsável para a montagem da exposição. A Bienal ficará em cartaz até o dia 19 de dezembro.
Após São Paulo, segundo o presidente da Bienal, Manoel Francisco Pires da Costa, parte da mostra ainda irá ser exibida em Brasília, Curitiba e Maceió, além de seguir para capitais de outros países como Buenos Aires, na Argentina, e Santiago, no Chile.
(FCY)


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