São Paulo, quarta-feira, 01 de agosto de 2007 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Mônica Bergamo @ - bergamo@folhasp.com.br
REALISMO FANTÁSTICO Sexo, fagulhas e Sarney
Dez anos se passaram da
compra dos direitos autorais
até a chegada às telas de "O Dono do Mar", filme adaptado do
livro do senador José Sarney
(PMDB-AP). Foram anos captando os R$ 5 milhões para produzir o longa, poucos meses de
filmagem e outros quatro anos
para a montagem.
Na estréia, segunda-feira, em
SP, atores como Sérgio Marone
diziam já nem "lembrar bem"
da produção. "Demorou, mas
pelo menos saiu", dizia o produtor Fábio Gomes a um preocupado Sarney. O filme abusa
da nudez e já não tinha caído
muito no gosto de amigos do
senador. Todo o elenco principal aparece em cenas de sexo.
Até Pepita Rodrigues, mãe do
ator Dado Dolabella, protagoniza cena de nu frontal, em que
fagulhas vermelhas saem de
seu corpo e se tornam grandes
raios de luz que sobem ao céu
"iluminando a noite".
O filme, por outro lado, fez
um sucesso incontestável entre
patrocinadores. Mais de 20 empresas deram dinheiro aos produtores, como as estatais Petrobras, Eletrobrás, BNDES,
Furnas e Banco do Nordeste,
além de Vale do Rio Doce, Embraer, Oi, Brahma, Santander,
Alumar e Br Telecom. "O prestígio do Sarney ajudou", acredita o produtor Fábio Gomes.
O filme, segundo a atriz Isadora Ribeiro, que interpreta
uma prostituta e um fantasma,
é "uma fantástica obra de realismo fantástico". O longa parece introspectivo, mas muitas
cenas, como as de Pepita, levaram os espectadores da pré-estréia às gargalhadas. E o que
Sarney achou do longa? "Gosto
de dizer o que o Jorge Amado
dizia quando via adaptações de
suas histórias: era outra história, não era a história dele." Ao
menos um convidado elogiou:
José Serra. Em 2002, a família
Sarney rompeu relações com
ele, agora reatadas. O governador gostou do que viu? "Gostei.
Gostei da fotografia."
O conselho federal da
OAB vai se reunir na
próxima segunda-feira,
em Brasília, para decidir
se adere ao movimento
"Cansei", lançado pela
seccional da entidade em
SP. A iniciativa está
gerando polêmica entre
os advogados, com
manifestações de OABs
regionais de todo o país
favoráveis e contrárias
ao movimento. "Muitas
acham que a iniciativa da
OAB de SP está sendo
utilizada por partidos
com função de
contestação ao governo",
diz Cézar Britto,
presidente da entidade.
Com 20 anos, foi comparado
pelo "San Francisco Chronicle"
a Keith Jarret no auge de sua
carreira.
Vende, no site dos ingressos,
uma máscara de papel machê,
"fina obra de arte" feita a mão a
R$ 800 ou um "divertido chapéu com penas" a R$ 190. A página exibe também camisetas
de, no mínimo, R$ 60. com GUILHERME RAVACHE, AUDREY FURLANETO e DIÓGENES CAMPANHA Texto Anterior: Horário nobre na TV aberta Próximo Texto: Aos 94 anos, morre Antonioni, mestre do cinema moderno Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |