São Paulo, sexta-feira, 01 de setembro de 2006 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CDs MPB Missa in Memoriam Itamar Assumpção ARRIGO BARNABÉ Gravadora: Thanx God Records/Tratore; Quanto: R$ 15, em média O tributo musical de Arrigo Barnabé ao amigo e parceiro Itamar Assumpção tem textos em grego e latim e segue as seções da liturgia católica: Kyrie, Gloria, Credo, Sanctus e Agnus Dei. A execução é de coro e orquestra especialmente arregimentados para a ocasião, contando com alguns dos melhores músicos em atividade em São Paulo. A regência é de Tiago Pinheiro, que sabe fazer popular e erudito com igual competência. POR QUE OUVIR: Com orquestração translúcida, melodismo anguloso e linguagem harmônica dissonante, a missa não tem concessões de qualquer tipo, e representa o que de melhor Arrigo fez nos últimos anos. (IRINEU FRANCO PERPETUO) MPB No Meio da Banda AUGUSTO MARTINS Gravadora: Fina Flor; Quanto: R$ 23, em média Com experiência na noite carioca, Augusto Martins é um ótimo cantor que às vezes escorrega em tentações djavânicas. Mas neste CD ele acerta ao se concentrar em sambas e canções de amor. No primeiro time, destacam-se a faixa-título (dos versos "Olha, meu amor: o mundo dói só numa banda/ Do outro lado é samba", de Elisa Lucinda), "A Lei" (Fred Martins) e "Sublime" (Fátima Guedes/Eduardo Gudin). No segundo estão "Bolero dos Anjos" (João Donato/Francisco Blanco) e "Carta de Adeus" (Ivan Lins/Paulo César Pinheiro). No bom conjunto, até uma reverência a Otto ("Ott'eutô", de Mário Lago Filho) se salva. POR QUE OUVIR: a escolha do repertório e a forma de cantar mostram que Augusto é um intérprete perto da maturidade. (LUIZ FERNANDO VIANNA) Rock One Cure Fits All THERAPY? Gravadora: ST2 Music Quanto: R$ 25, em média Anterior à catalogação de stoner, o ácido trio irlandês formado em 1989 permanece atuando numa interseção indefinida entre o metal e o punk que vai além do mero grunge. Depois do ótimo "Never Apologize Never Explain", este álbum soa um tom abaixo, pela opção de manter uma linha de nervosismo por todo o disco. A homogeneidade de arranjos e climas nervosos deixa o álbum quase cansativo, o que não impede que haja excelentes momentos, como "Dopamine, Seratonin, Adrenaline" e "Deluded Son". POR QUE OUVIR: A guitarra de Andy Cairns é uma das mais brilhantes cruzas entre o metal e o punk. E mais: até agora, o Brasil tem um privilégio, já que nem nos EUA este disco foi lançado. (MÁRVIO DOS ANJOS) MPB Acústico MTV Lenine Gravadora: Sony BMG Quanto: R$ 30, em média O primeiro mérito de Lenine é ter driblado o formato óbvio do "Acústico MTV": em vez de maquiar velhos sucessos, pôs uma roupa toda nova nas músicas, apresentou algumas inéditas e trouxe convidados fora do convencional, como o camaronês Richard Bona e a mexicana Julieta Venegas. Das antigas, "Paciência", ganhou com as cordas e "O Homem dos Olhos de Raio-X" com os sopros, mas "A Medida da Paixão" ficou pastosa. Das novas, o sambaiano "Lá e Cá" é ótimo, mas "Tudo por Acaso" tem melodia e letra fracas. Lenine ainda gravou "Santana", do último disco de Gal Costa. POR QUE OUVIR: músicas como "Jack Soul Brasileiro" e "Hoje Eu Quero Estar Só" foram repaginadas, e o CD tem vitalidade rara nos "Acústicos". (LUIZ FERNANDO VIANNA) World Music América Contemporânea - Um Outro Centro VÁRIOS Gravadora: Núcleo Contemporâneo; Quanto: R$ 27, em média Pretensiosa, a iniciativa do pianista Benjamin Taubkin une dez músicos de sete países da América do Sul, como a cantora Lucia Pullido (Colômbia), o multiinstrumentista Carlos Aguirre (Argentina) e o violonista Aquiles Baez (Venezuela), entre outros, com participação de Zé Miguel Wisnik. As diferenças de dicções e poéticas são homogeneizadas pelos arranjos, que adotam um idioma "acústico" e jazzístico. Entre as participações brasileiras, vale destacar a musicalidade do rabequeiro Siba, que rompe com a pasteurização presente ao longo do álbum. POR QUE OUVIR: Bem realizado e com sabor inequívoco de "world music", o disco poderia figurar tranqüilamente no catálogo da gravadora Putumayo. (IFP) DVD MPB Vagabundo ao Vivo NEY MATOGROSSO E PEDRO LUIS E A PAREDE Gravadora: Universal; Quanto: R$ 50 "Vagabundo ao Vivo", o DVD (também há um CD), chega com pouco sabor de novidade. Foi gravado em julho de 2005, no Olympia, e é conseqüência de um disco de 2004. Mas tem o mérito de mostrar Ney Matogrosso no palco, cantando muito bem e exibindo humor e sensualidade ao lado de Pedro Luis e A Parede. O repertório tem poucos sucessos do cantor e privilegia compositores mais jovens, como André Abujamra ("O Mundo"), Fred Martins/Marcelo Diniz ("Tempo Afora") e, é claro, Pedro Luis, que acerta especialmente em "Noite Severina". POR QUE VER: Ney Matogrosso está sempre se renovando e o saldo do encontro é positivo. (LFV) Texto Anterior: Thiago Ney: Quem precisa de Bob Dylan? Próximo Texto: Rubin Steiner lança disco e toca no Brasil Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |