São Paulo, sexta-feira, 01 de setembro de 2006

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Rubin Steiner lança disco e toca no Brasil

O projeto do multiinstrumentista francês Fred Landier mostra "Drum Major!"

Novo trabalho da banda mescla hip hop, jazz, punk, rock e pop; mentor diz que está emocionado por tocar com Tortoise em Recife


DA REPORTAGEM LOCAL

Em meio a tantos shows e eventos anunciados para este segundo semestre, mais uma ótima notícia: o Rubin Steiner vem tocar novamente no Brasil. O projeto de jazz/hip hop/eletrônica do multiinstrumentista e produtor francês Fred Landier volta ao país para um show no festival pernambucano No Ar Coquetel Molotov e uma performance "pocket" na Fnac, em São Paulo -ele ainda se apresentará no Londrina Jazz Festival, em novembro.
A banda traz na bagagem o novo álbum, "Drum Major!", que acaba de ser lançado aqui (R$ 29,90, Azul Music). O disco, o terceiro do grupo, é bem diferente do anterior, "Wunderbar Drei" (2002), cuja principal referência era o free jazz.
"Não sou um jazzman, apenas um guitarrista punk", explica Landier, 32. "O lado jazz dos álbuns anteriores ocorreu porque mixei um grande número de discos desse estilo, e adorei. Hoje, faço outra coisa." Landier, que, além de músico, é um agitador cultural punk que já teve programa numa rádio francesa e fez fanzines, é o mentor do projeto Rubin Steiner. Nos trabalhos anteriores, ele, sozinho, fez todas as músicas trancado no estúdio, manipulando samples.
A principal diferença de "Major Drum!" com relação aos antecedentes, aponta ele, é que, neste, "não há praticamente nenhum sample".
"Este disco é uma criação completamente livre. Sem conceito nem idéia preestabelecida", afirma Landier. "Enquanto "Wunderbar Drei" era um álbum extremamente coerente, com muito piano e vibrafone, "Drum Major!" foi feito faixa por faixa, em direções muito diferentes", explica.
Essa vontade do produtor de fazer um pouco de tudo se traduz numa mistureba de estilos, como rap, nas faixas "Ten Drummers Back" e "Murderation", drum'n'bass ("Schlaffenwagonnet"), jazz eletrônico ("My Own Style), pop, rock. "No final das contas, este disco é, apesar de tudo, coerente.
Acho que se parece comigo." Ainda que trafegue com propriedade por tantos gêneros, a maneira como Landier tece as texturas sonoras, cortando e colando pedaços de sons, deixa clara a influência do rap. "O hip hop foi essencial na minha maneira de fazer música", concorda o francês. "Grupos como De La Soul ou Beastie Boys me permitiram ver a música sob um novo olhar.
Até então, estava completamente impregnado pelas músicas experimentais. Com o hip hop, descobri que podia utilizar os mesmos instrumentos, no caso, o sample, para fazer uma música "escutável", popular, dançante e repleta de emoção." O que torna o projeto tão empolgante, no entanto, é sua performance ao vivo. No palco, Landier controla uma parafernália eletrônica, acompanhado pela Rubin Steiner Neue Band, que traz os músicos Sylvestre (contrabaixo), Chacha (bateria e guitarra) e Olive (trombone, trompete e guitarra).
Em Recife, Landier tocará na mesma noite do Tortoise, o que lhe tem tirado o sono: "Posso dizer que estou muito orgulhoso e excitado com a idéia de tocar com Tortoise, que é um dos meus dez grupos preferidos de todos os tempos. Obrigado por isto!". (ADRIANA FERREIRA SILVA)

RUBIN STEINER
Quando: sáb., a partir das 21h
Onde: festival No Ar Coquetel Molotov
(av. dos Reitores, Cidade Universitária, Recife, 0/xx/81/ 2126-8077)
Quanto: R$ 20
Quando: ter. (dia 5), às 19h
Onde: Fnac Pinheiros (av. Pedroso de Moares, 858, Pinheiros, tel. 0/xx/11/4501-3000)
Quanto: grátis


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