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crítica
CD sublinha trajetória consistente
LULIE MACEDO
EDITORA DO GUIA
Depois de vender
milhões uma dupla de rap pode fazer o que quiser. Atitudes
recorrentes: comprar um
iate, esbanjar champanhe
Crystal, lançar uma grife
ou dissolver a parceria.
André 3000 e Big Boi poderiam ter feito tudo isso e
ainda assim colheriam
louros eternos pelo legado
que deixaram para o hip
hop. Preferiram, no entanto, fazer mais música.
Importa muito pouco
elencar os gêneros que
aparecem desconstruídos
no disco. Jazz, swing, r&b,
blues, funk. Há recortes de
tudo isso, mas o resultado
do mosaico não poderia
ser mais OutKast.
Cheio de auto-referências, o disco é um exercício
de generosidade. Além de
abrir alas para dez convidados (entre os nomes
mais conhecidos estão
Snoop Dogg e Macy Gray),
a dupla divide as 25 faixas
do álbum como quem resolveu muito bem as diferenças na relação.
André ficou com o ritmo, Big Boi com a poesia.
E está claro que André definitivamente quer cantar.
Big Boi, por sua vez, é como vinho -com perdão
pela comparação cafona.
Depurou seu flow (jeito
próprio de rimar), lapidou
os versos. Os melhores
momentos do disco são
dele.
Se na pauta da cultura
de rua (de rua?) persiste a
discussão de como sobreviver sem ser tragado pelo
lado mal da Força, "Idlewild" sublinha com traço
forte que sim, dá para fazer dinheiro, fama e sucesso e ainda assim permanecer genuíno.
IDLEWILD
Artista: OutKast
Lançamento: Sony/BMG
Quanto: R$ 29,90 (nas lojas em setembro)
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