São Paulo, sexta-feira, 01 de setembro de 2006

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crítica

CD sublinha trajetória consistente

LULIE MACEDO
EDITORA DO GUIA

Depois de vender milhões uma dupla de rap pode fazer o que quiser. Atitudes recorrentes: comprar um iate, esbanjar champanhe Crystal, lançar uma grife ou dissolver a parceria.
André 3000 e Big Boi poderiam ter feito tudo isso e ainda assim colheriam louros eternos pelo legado que deixaram para o hip hop. Preferiram, no entanto, fazer mais música.
Importa muito pouco elencar os gêneros que aparecem desconstruídos no disco. Jazz, swing, r&b, blues, funk. Há recortes de tudo isso, mas o resultado do mosaico não poderia ser mais OutKast.
Cheio de auto-referências, o disco é um exercício de generosidade. Além de abrir alas para dez convidados (entre os nomes mais conhecidos estão Snoop Dogg e Macy Gray), a dupla divide as 25 faixas do álbum como quem resolveu muito bem as diferenças na relação. André ficou com o ritmo, Big Boi com a poesia.
E está claro que André definitivamente quer cantar. Big Boi, por sua vez, é como vinho -com perdão pela comparação cafona. Depurou seu flow (jeito próprio de rimar), lapidou os versos. Os melhores momentos do disco são dele.
Se na pauta da cultura de rua (de rua?) persiste a discussão de como sobreviver sem ser tragado pelo lado mal da Força, "Idlewild" sublinha com traço forte que sim, dá para fazer dinheiro, fama e sucesso e ainda assim permanecer genuíno.

IDLEWILD
     Artista:
OutKast
Lançamento: Sony/BMG
Quanto: R$ 29,90 (nas lojas em setembro)


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