São Paulo, sábado, 01 de setembro de 2007

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Livros

"Cartas do Front" mostra romance e final feliz

Casal que não se conhecia iniciou relacionamento por cartas trocadas na Segunda Guerra

Organizador Andrew Carroll procurou informar o contexto das cartas e o destino de quem as enviou e dos destinatários

DA REPORTAGEM LOCAL

Algumas das "Cartas do Front" têm final feliz, outras não. O organizador Andrew Carroll procurou sempre que possível informar o contexto da carta, e o destino de quem a enviou e do destinatário.
Por exemplo, o piloto polonês Zbgniew Janicki enviou carta aos pais avisando que tinha um filho, mas morreu antes de apresentá-lo a eles.
Já o capitão fuzileiro naval americano Harry Kipp teve mais sorte. Uma ex-namorada pediu a uma sobrinha, Norma Clinton, para escrever a ele, que lutava contra os japoneses no Pacífico. Receber cartas sempre foi a melhor maneira de aumentar o moral das tropas. A moça escreveu e enviou uma foto na carta, no começo de 1944. Kipp se apaixonou.
"Quando disseste "se responderes esta carta, te mandarei outra", se referia a outra carta ou outra foto? Tomara que ambas, pois adoraria ver minha tão atraente garota de dois ângulos distintos", respondeu o oficial, iniciando uma troca de correspondência que foi terminar em casamento um ano e meio depois.
Os dois combinaram o casamento antes mesmo de se verem ao vivo e em cores. Só ouviram a voz um do outro em um telefonema depois da guerra, em setembro de 1945. Viram-se pela primeira vez cerca de uma semana depois e se casaram imediatamente. Tiveram dois filhos e ficaram juntos até Kipp morrer de câncer, em 1965.

Tradução
A legenda da foto de Kipp, no entanto, o identifica como sendo da Marinha, um erro comum de tradução que permeia o livro - "marine" é, na verdade, fuzileiro naval. Outro erro abundante é chamar "medic" de "médico", quando o certo é padioleiro -o soldado que resgata e presta o primeiro socorro a feridos. E "barracks" não são barracas, são quartéis.
Há ainda erros de todos os tipos. "Straits settlements" viraram "colônias estreitas" (página 63), em vez de "colônias dos estreitos"; o ditador espanhol Francisco Franco é "Ferdinand Franco" (página 55); a polícia Gestapo da Alemanha nazista virou da "Alemanha Oriental" (página 37). (RBN)


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