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RUÍDO
Show e CDs festejam 70 anos de Doris Monteiro
PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL
Após longos anos de divórcio
com a grande mídia, a veterana
cantora Doris Monteiro desfruta de surto de revalorização. Um
show comemorativo no dia do
seu aniversário de 70 anos, no
próximo dia 21 de outubro, no
Sesc Pompéia, virá acompanhado do relançamento em CD de
seus principais discos dos anos
60 e 70, editados originalmente
na Philips e na Odeon.
Doris, que já emprestou sua
voz a vertentes distintas de MPB
como samba-canção, bossa nova e samba-soul, dá a dimensão
do que representa para ela o
show de aniversário, que terá a
participação de Alaíde Costa e,
talvez, Johnny Alf: "Faz muito
tempo que não me apresento
com minha banda, só tenho feito show com voz e teclado".
Sobre as reedições, coordenadas por Charles Gavin (Titãs),
elas abrangem dois momentos
distintos da história de Doris. Os
três discos da fase Philips (hoje
Universal), editados originalmente entre 61 e 64, documentam a adesão da cantora de geração anterior à bossa nova e ao
samba-jazz. Incluem "Palhaçada", "Samba de Verão", "Diz
que Fui por Aí"... Os três CDs
devem sair em novembro.
Da fase Odeon (hoje EMI),
agrupam-se nove discos lançados entre 66 e 78, fase primeiro
de transição, depois de imersão
no samba-soul, nunca de abandono da bossa. Devem sair neste
mês, e nessa primeira leva ficam
de fora os quatro álbuns que Doris gravou em dupla com Miltinho -que a EMI promete reeditar mais adiante.
O NÃO-LANÇAMENTO
Ele é mais lembrado por
"Pavão Mysteriozo" (74),
mas quando essa música virou sucesso, em 76, por ter
sido incluída na novela "Saramandaia", o cearense Ednardo já estava em outra.
Concebia "Berro", um segundo auge subaproveitado
-de acordo com o artista,
devido em parte à preferência tardia da RCA (hoje
BMG) por "Pavão Mysteriozo". Em tempos bicudos de
Censura, o disco sublinhava
discursos em favor de liberdade ("Artigo 26") e educação ("Padaria Espiritual") e
contra o Brasil opressor de
então, em "Passeio Público"
("hoje ao passar pelos lados/
das brancas paredes do forte/ escuto ganidos de morte/
vindos daquelas janelas"),
"Abertura", de novo "Artigo
26" ("a ignorância é indigesta pro freguês")... A BMG relançou num "dois em um",
mas já está fora de catálogo.
SUPERMERCADO DO RAP
O prêmio carioca de hip hop
Hutuz se amplia e, neste ano,
vira "Supermercado Hutuz",
com debates, mostras de
cinema e shows (inclusive dos
Racionais MC's). A entrega dos
prêmios acontece no Canecão,
em 11 de novembro; a lista de
finalistas (www.hutuz.com.br) aponta liderança do
grupo SNJ, seguido por Gog,
Da Guedes, DMN e Dogão.
SAMBA CANDIDATO
O ministro da Cultura,
Gilberto Gil, lança terça-feira,
no Palácio do Planalto, a
candidatura do samba de roda
a patrimônio oral da
humanidade. A cerimônia de
apresentação do Programa
Nacional do Patrimônio
Imaterial será a plataforma.
OUVINTES CRÍTICOS
A distribuidora
independente Tratore convida
os ouvintes de seus discos a
virarem críticos de música.
Quem for ao site www.tratore.com.br e escrever resenhas
sobre os discos do catálogo
concorrerá a CDs grátis, que
serão distribuídos aos que
fizerem mais resenhas e, por
sorteio, a cadastrados no site.
Entre os "resenháveis", estão
Arnaldo Baptista, Elza Soares,
Carlos Careqa e nomes da nova
cena paulistana, como Los
Pirata, Hurtmold, Numismata,
Mugomango etc.
psanches@folhasp.com.br
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