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NAS TELAS
"Uma Vida Iluminada" é dirigido pelo americano Liev Schreiber
Versão do cinema perde humor
DA REPORTAGEM LOCAL
"Tudo se Ilumina" ganhou o
título "Uma Vida Iluminada"
em sua passagem para o cinema. Dirigido pelo ator americano Liev Schreiber ("Sob o Domínio do Mal"; "Kate & Leopold"), o filme, que competiu
no último Festival de Veneza,
retira o realismo mágico e os jogos estilísticos do livro, se concentrando apenas na volta ao
passado do personagem.
Jonathan Safran Foer é interpretado por um ótimo Elijah
Wood, que, na encarnação do
jovem e tímido escritor judeu,
nos faz esquecer, pelo menos
pela hora e meia do longa, sua
eterna imagem de Frodo.
O ucraniano Alex ficou com
Eugene Hutz, um músico cigano que deixou a Ucrânia quando adolescente. É dele a narração de "Uma Vida Iluminada".
Um dos charmes de "Tudo se
Ilumina" ("Everything Is Illuminated", no original) é o humor tirado do precário inglês de
Alex, que perde pouco na tradução para o português, mas muito na versão para o cinema.
Schreiber, ainda assim, conduz a história com leveza e reverência, alternando com sutileza
o humor e a tragédia.
Passado na Ucrânia, a maioria
das cenas do longa foram rodadas na República Tcheca. Safran
Foer disse que não acompanhou as filmagens e que ainda
não viu o filme.
11 de Setembro
Após "Tudo se Ilumina", o escritor já lançou, nos EUA, "Extremely Loud and Incredibly
Close", em que um garoto de
nove anos percorre Nova York
após a morte do pai, que estava
no World Trade Center em 11 de
setembro de 2001. Safran Foer
ganhou pesadas críticas por
abordar um episódio que ainda
não teria sido "digerido".
"Não acho que escrever um livro signifique que você esteja
entendendo algo; muitas vezes
escrever um livro significa que
você está tentando expressar
suas dúvidas sobre algo", afirma
o escritor.
"Alguns dizem que é muito
cedo para escrever sobre isso,
que deveríamos esperar mais
para poder entendê-lo. Mas é
esse o ponto: talvez nós nunca o
entendamos."
(TN)
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