São Paulo, sábado, 01 de outubro de 2005

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NAS TELAS

"Uma Vida Iluminada" é dirigido pelo americano Liev Schreiber

Versão do cinema perde humor

DA REPORTAGEM LOCAL

"Tudo se Ilumina" ganhou o título "Uma Vida Iluminada" em sua passagem para o cinema. Dirigido pelo ator americano Liev Schreiber ("Sob o Domínio do Mal"; "Kate & Leopold"), o filme, que competiu no último Festival de Veneza, retira o realismo mágico e os jogos estilísticos do livro, se concentrando apenas na volta ao passado do personagem.
Jonathan Safran Foer é interpretado por um ótimo Elijah Wood, que, na encarnação do jovem e tímido escritor judeu, nos faz esquecer, pelo menos pela hora e meia do longa, sua eterna imagem de Frodo.
O ucraniano Alex ficou com Eugene Hutz, um músico cigano que deixou a Ucrânia quando adolescente. É dele a narração de "Uma Vida Iluminada".
Um dos charmes de "Tudo se Ilumina" ("Everything Is Illuminated", no original) é o humor tirado do precário inglês de Alex, que perde pouco na tradução para o português, mas muito na versão para o cinema.
Schreiber, ainda assim, conduz a história com leveza e reverência, alternando com sutileza o humor e a tragédia.
Passado na Ucrânia, a maioria das cenas do longa foram rodadas na República Tcheca. Safran Foer disse que não acompanhou as filmagens e que ainda não viu o filme.

11 de Setembro
Após "Tudo se Ilumina", o escritor já lançou, nos EUA, "Extremely Loud and Incredibly Close", em que um garoto de nove anos percorre Nova York após a morte do pai, que estava no World Trade Center em 11 de setembro de 2001. Safran Foer ganhou pesadas críticas por abordar um episódio que ainda não teria sido "digerido".
"Não acho que escrever um livro signifique que você esteja entendendo algo; muitas vezes escrever um livro significa que você está tentando expressar suas dúvidas sobre algo", afirma o escritor.
"Alguns dizem que é muito cedo para escrever sobre isso, que deveríamos esperar mais para poder entendê-lo. Mas é esse o ponto: talvez nós nunca o entendamos." (TN)


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