São Paulo, Segunda-feira, 01 de Novembro de 1999 |
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VHS LEONARDO CRUZ da Redação Duas realidades correm paralelas neste "Orfeu", de Cacá Diegues. Na primeira, o filme centra foco no mundinho pseudo-poético do sambista Orfeu (Toni Garrido), que vive compondo canções em seu notebook para a escola da favela. Na segunda, cercando Orfeu, está o cotidiano do morro, dominado por tiroteiros entre a polícia e a gangue do traficante Lucinho (Murílio Benício). Esses dois universos contrastantes, mas que se toleram, têm seus rumos alterados com a chegada de Eurídice (Patrícia França), que vai ao Rio visitar a tia, durante o Carnaval. Orfeu apaixona-se pela jovem e tenta conquistá-la. Para tanto, desafia Lucinho, cujo controle político da favela é desaprovado por Eurídice. Orfeu ameaça matar o traficante, caso ele não deixe o morro até a Quarta-Feira de Cinzas. É o momento em que a realidade pseudo-poética se choca com o universo de balas, desenrolando o principal conflito do filme, representante do Brasil na disputa pelo Oscar 2000. O retrato desses dois mundos distintos salta ao olhos devido à qualidade desigual das imagens captadas por Cacá Diegues. Em sua obra, as cenas em que está presente Orfeu beiram o ridículo. Quando os problemas do morro vão à tela, o filme ganha fôlego. Exemplo é a cena em a comunidade julga o destino de um homem que estuprara uma menina. Com desfecho surpreendente, a sequência transborda poesia crua e lembra o melhor de Diegues. Avaliação: Vídeo: Orfeu Produção: Brasil, 1999 Distribuição: Warner Texto Anterior: "A Negociação" Próximo Texto: Fernando Gabeira: Au au au pra você, nesta data querida Índice |
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