São Paulo, sexta-feira, 01 de novembro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

POPLOAD

Flaming Lips salva Beck da chatice e Melissa vira Ozzy Osbourne

LÚCIO RIBEIRO
ENVIADO ESPECIAL A NOVA YORK

E o impossível aconteceu. Acordado de um sono musical profundo, o indie-hero Beck foi salvo anteontem, em Nova York, pela excelente banda psicodélica Flaming Lips, os lábios flamejantes de Oklahoma.
Excursionando juntos, o Flaming Lips abre as apresentações de Beck e serve de banda de apoio para o antes prodígio da música independente americana (e lá se vão oito anos) mostrar ao vivo seu mais recente disco, "Sea Change".
Depois que o Lips toca em um palco cheio de dançarinos vestidos de ursinhos, gatos, coelhinhos etc., Beck entra e comanda um show acústico soporífero.
A platéia está ganha. Ele finge que é Bob Dylan, o público finge que está gostando.
Tudo muda quando Beck vai solo na balada alt-country "Golden Age", uma das duas músicas que prestam em seu recém-lançado CD.
No meio da canção, as luzes se acendem, o Flaming Lips aparece por trás de uma cortina e o repertório de Beck ganha vida.
Até o hino "Loser", que ficou datado assim que Beck largou a música alternativa para virar o Caetano Veloso do rock americano, ganhou sobrevida. Dave Grohl, do Foo Fighters, na platéia, aprovou e dançou com a cabeça o maior hit de Beck.
Grande Flaming Lips, banda que não se contenta apenas em fazer discos ótimos. É mesmo uma banda a serviço do rock.

Melissa
Lembra a Melissa auf der Maur, ex-baixista do Hole, que foi para o Smashing Pumpkins e estava fora de circulação desde que a banda do Billy Corgan acabou?
A garota retorna agora com tudo. É essa aí, de costas, na foto ao lado. Virou diva no circuito indie de Los Angeles-Nova York. Armou uma banda cover do Black Sabbath, a Hand of Doom.
Os shows do grupo são disputadíssimos. Um deles virou CD e acaba de ser lançado: "Hand of Doom Live in Los Angeles Black Sabbath Tribute". O encarte avisa: Melissa é Ozzy Osbourne.
Roqueirada boa nos EUA são loucos para tocar com Melissa. O Nick Oliveri, baixista do Queens of the Stone Age, toca no disco.
Olho na Melissa. E busque na net "War Pigs" e "Paranoid". Já.

Jackass
Filme rock'n'roll, levado, politicamente incorreto, o "Jackass The Movie" anda fazendo bastante barulho nos EUA. É sobre aquele cara, o Johnny Knoxville, da MTV, que entra com uns malucos em um carrinho de supermercado gigante e desce uma ladeira, só para ver no que vai dar.
E-mail: lucio@uol.com.br

FESTIVAL CMJ
Três shows da maratona mais ingrata do mundo
A maratona do CMJ, que deixa até amanhã sitiada a cidade de Nova York (900 shows, 50 clubes), consegue ser mais cruel que o gigante Reading Festival, que escala bandas boas em lugares diferentes no mesmo horário. Dentre os vários caminhos a serem seguidos, este colunista optou, na última quarta, pelo do clube Bowery Ballroom. No palco, Northern State, três garotas brancas mandando ver um hip hop energético. Depois era a vez do Radio 4, que faz o funk indie dos 80 voltar ao assunto. Um pulo ao CBGB para ver a Of Montreal e na volta quem está tocando no Bowery é Gogol Bordello, punks ucranianos que misturam indie com folclore, tocam vestidos de Genghis Khan e incluem na banda três garotas que fazem a dança do ventre.


Texto Anterior: Mônica Bergamo
Próximo Texto: Música - Rap: DJ do Run-DMC é morto a tiros em estúdio em NY
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.