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Bebida
Chile faz da carmenére cepa emblemática
JORGE CARRARA
COLUNISTA DA FOLHA
Confundida com a merlot,
a uva carmenére ficou escondida nos vinhedos chilenos até a década de 90, quando foi identificada por especialistas franceses.
Praticamente extinta na
França, seu berço original,
e rara no resto do planeta,
acabou se convertendo em
um trunfo para os viticultores locais, que a transformaram na cepa emblemática
do Chile.
Porém, a nova coqueluche
chilena tem um problema:
demora muito para maturar.
Em anos mais úmidos, sofre
às vezes com as chuvas do
outono, que impedem que
chegue ao ponto ideal, dando
então vinhos ásperos e com
caráter vegetal. Por isso, ela
precisa de lugares cálidos e
de boas safras para amadurecer bem e modelar goles
macios e com bons traços de
frutas vermelhas.
A região de Rapel, ao sul de
Santiago, é um dos melhores
cantos para esta uva gaulesa.
E para quem quiser conferir
um bom carmenére daqueles terrenos vão a seguir dois
exemplares da bela safra
2005 assinados por vinícolas
de ponta.
O primeiro é o Winemaker's Lot , da Concha y Toro,
complexo no nariz e na boca
(cerejas, especiaria, caramelo), denso, macio e persistente (89/100, R$ 68, na Expand, tel. 0/xx/11/3847-4747). O segundo é da Santa
Rita, o Reserva, um tinto untuoso com sabor amplo que
mescla framboesa, couro e
suave canela (89/100, R$
48,75, na Ville du Vin, tel. 0/
xx/11/3045-8137).
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