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Jornalismo
"Mordaça" analisa censura em detalhes
PEDRO BUTCHER
CRÍTICO DA FOLHA
Em geral confinada nos períodos da ditadura militar, a reflexão sobre a censura no cinema brasileiro ganha um panorama bem mais amplo em
"Mordaça", série de reportagens que começa a ser exibida
hoje e segue até o dia 6 de dezembro, sempre às quintas-feiras, no Canal Brasil.
Dirigida e apresentada por
Simone Zuccolloto, "Mordaça"
aborda a censura do começo do
século 20 até a Constituição de
1988. O enfoque evita simplificações, detalhando transformações históricas e mostrando
como a censura não foi apenas
uma imposição do Estado, mas
o reflexo de uma demanda de
parte da sociedade.
As questões morais, por
exemplo, muitas vezes tiveram
mais peso que as questões políticas. Filmes eróticos eram exibidos livremente, até que, por
demanda de cidadãos incomodados, o departamento de censura (antes dedicado ao teatro)
passou a ocupar-se do cinema.
Entre os grandes trunfos da
série está uma entrevista com
Coriolano Loyola Cabral Fagundes, censor dos anos 60 até
1990. Ele trabalhou sob a chefia
da temida Solange Hernandez
e depois, no processo de abertura, tornou-se chefe. Outro
trunfo é o vídeo que registra a
reunião do Conselho Nacional
de Censura, estabelecido já nos
anos de abertura, para discutir
"Rio Babilônia", de Neville
D'Almeida.
MORDAÇA
Quando: hoje, às 21h; até 6/12
Onde: Canal Brasil
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