São Paulo, quinta-feira, 01 de novembro de 2007

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Jornalismo

"Mordaça" analisa censura em detalhes

PEDRO BUTCHER
CRÍTICO DA FOLHA

Em geral confinada nos períodos da ditadura militar, a reflexão sobre a censura no cinema brasileiro ganha um panorama bem mais amplo em "Mordaça", série de reportagens que começa a ser exibida hoje e segue até o dia 6 de dezembro, sempre às quintas-feiras, no Canal Brasil.
Dirigida e apresentada por Simone Zuccolloto, "Mordaça" aborda a censura do começo do século 20 até a Constituição de 1988. O enfoque evita simplificações, detalhando transformações históricas e mostrando como a censura não foi apenas uma imposição do Estado, mas o reflexo de uma demanda de parte da sociedade.
As questões morais, por exemplo, muitas vezes tiveram mais peso que as questões políticas. Filmes eróticos eram exibidos livremente, até que, por demanda de cidadãos incomodados, o departamento de censura (antes dedicado ao teatro) passou a ocupar-se do cinema.
Entre os grandes trunfos da série está uma entrevista com Coriolano Loyola Cabral Fagundes, censor dos anos 60 até 1990. Ele trabalhou sob a chefia da temida Solange Hernandez e depois, no processo de abertura, tornou-se chefe. Outro trunfo é o vídeo que registra a reunião do Conselho Nacional de Censura, estabelecido já nos anos de abertura, para discutir "Rio Babilônia", de Neville D'Almeida.


MORDAÇA
Quando:
hoje, às 21h; até 6/12
Onde: Canal Brasil


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