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Crítica
Na direção, Burt Kennedy peca pela preguiça
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Para evitar o ridículo de recomendar "Rastros de Ódio"
(TCM, 0h50), que é um dos
melhores filmes do mundo, falemos de Burt Kennedy. De todo modo, a indicação está feita.
Burt Kennedy (1923-2001)
notabilizou-se nos anos 50 do
século passado como roteirista.
Deve-se em parte a ele a excelência da série de filmes realizada por Budd Boetticher com
Randolph Scott e, em geral,
produzida por Harry Joe
Brown. Eram filmes secos,
quase austeros, sólidos, que pareciam nem ter vontade de
agradar. Queriam apenas ser.
O Burt Kennedy que passou
à direção não tinha nada a ver
com isso. E não foi uma passagem sem prestígio. Tomemos
"O Homem com a Morte nos
Olhos" (TCM, 19h10), que tem
Henry Fonda no papel principal, do prefeito incapaz de evitar o saque da cidade por um
bandido especialmente cruel.
O ponto de partida é uma história de E.L. Doctorow e tudo
mais. Há Fonda e tudo mais.
Mas é um filme molenga, sem
densidade, sem olhar. É uma
pena, mas pode ser instrutivo.
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