São Paulo, segunda-feira, 01 de novembro de 2010

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Diretores querem lógica nos lançamentos

DA ENVIADA A FLORIANPÓLIS

Ao observar que o dinheiro da linha de comercialização do Fundo Setorial do Audiovisual tem de ser devolvido ao governo, o presidente da Ancine, Manoel Rangel, pontuou: "O distribuidor se tornou responsável pelo filme que ele vai lançar".
Nas entrelinhas dessa frase, está uma outra, dita certa vez pelo crítico Ismail Xavier: os filmes brasileiros sofrem do mal da invisibilidade.
É que, resolvida a questão da produção, agonizante no início dos anos 1990, o cinema brasileiro passou a vivenciar o problema do lançamento. Feitos, os filmes chegam à tela -quando chegam- sem eira nem beira.
Foi para mostrar que andará com bússola que a Imagem organizou o evento no Costão do Santinho. A empresa exibiu trechos dos sete longas-metragens que lançará em 2011, em parceria com o Telecine, e definiu, para cada um deles, uma data.
"A falta de datas certas, comum no cinema brasileiro, reflete a falta de potencial comercial de um filme", diz Abrão Scherer, sócio da empresa. "Queremos mostrar que temos planejamento. Somos sócios do filme. Se ele não der certo, a gente perde."
A produtora Vânia Catani, que tem três projetos com a Imagem ("Billy Pig", "O Palhaço" e "El Ardor"), está convicta de que o "recado" será percebido pelo mercado. "Uma distribuidora brasileira preparar um evento como este é assumir um compromisso com todos", diz.
Para o diretor Toni Venturi, a aproximação entre distribuidores e produtores nacionais aponta para a construção de um sistema mais lógico de financiamento.
"Os cineastas estão percebendo que não dá mais para fazer filme olhando só para o umbigo", diz Venturi. "A ideia de fazer sozinho um trabalho coletivo, como o cinema, se provou ineficaz."
(APS)


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