|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Diretores querem lógica nos lançamentos
DA ENVIADA A FLORIANPÓLIS
Ao observar que o dinheiro
da linha de comercialização
do Fundo Setorial do Audiovisual tem de ser devolvido
ao governo, o presidente da
Ancine, Manoel Rangel, pontuou: "O distribuidor se tornou responsável pelo filme
que ele vai lançar".
Nas entrelinhas dessa frase, está uma outra, dita certa
vez pelo crítico Ismail Xavier:
os filmes brasileiros sofrem
do mal da invisibilidade.
É que, resolvida a questão
da produção, agonizante no
início dos anos 1990, o cinema brasileiro passou a vivenciar o problema do lançamento. Feitos, os filmes chegam à tela -quando chegam- sem eira nem beira.
Foi para mostrar que andará com bússola que a Imagem organizou o evento no
Costão do Santinho. A empresa exibiu trechos dos sete
longas-metragens que lançará em 2011, em parceria com
o Telecine, e definiu, para cada um deles, uma data.
"A falta de datas certas, comum no cinema brasileiro,
reflete a falta de potencial comercial de um filme", diz
Abrão Scherer, sócio da empresa. "Queremos mostrar
que temos planejamento. Somos sócios do filme. Se ele
não der certo, a gente perde."
A produtora Vânia Catani,
que tem três projetos com a
Imagem ("Billy Pig", "O Palhaço" e "El Ardor"), está
convicta de que o "recado"
será percebido pelo mercado. "Uma distribuidora brasileira preparar um evento como este é assumir um compromisso com todos", diz.
Para o diretor Toni Venturi, a aproximação entre distribuidores e produtores nacionais aponta para a construção de um sistema mais
lógico de financiamento.
"Os cineastas estão percebendo que não dá mais para
fazer filme olhando só para o
umbigo", diz Venturi. "A
ideia de fazer sozinho um trabalho coletivo, como o cinema, se provou ineficaz."
(APS)
Texto Anterior: Filmes nacionais seduzem empresas Próximo Texto: Ingressos de brasileiros já superaram 2009 Índice | Comunicar Erros
|