São Paulo, terça-feira, 01 de novembro de 2011 |
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35ª MOSTRA DE SP / CRÍTICA DRAMA Clooney critica Partido Democrata em fábula sobre ética e moral RICARDO CALIL CRÍTICO DA FOLHA Em "Tudo pelo Poder", sua nova obra política, George Clooney vai direto ao ponto, dissecando os bastidores das primárias para escolher o candidato democrata a presidente, em um filme passado no presente e repleto de referências a figuras e instituições reais. Baseado em peça de Beau Willimon ("Farragut North"), o filme traz como protagonista o assessor de imprensa Stephen Meyers (Ryan Gosling), jovem talentoso e idealista. Ele é o braço direito de Paul Zara (Philip Seymour Hoffman), o pragmático coordenador da campanha do candidato Mike Morris (Clooney), governador bem-intencionado, com uma plataforma a favor das energias renováveis. As coisas se complicam quando Tom Duffy (Paul Giamatti), o cínico coordenador da campanha do candidato democrata rival, tenta secretamente contratar Meyers. E tudo piora de vez quando Meyers inicia um caso com uma estagiária de campanha (Evan Rachel Wood) e descobre que ela está grávida de Morris, seu candidato. Como Meyers diz a Morris, o governador quebrou a regra número um da política americana: "Você pode levar uma nação à falência, você pode iniciar guerras desnecessárias, mas você não pode comer a estagiária". Em um sentido estreito, "Tudo pelo Poder" pode ser visto como uma crítica ao Partido Democrata -ou uma autocrítica, levando em conta que Clooney é um histórico apoiador da instituição. Nessa visão, os democratas estariam substituindo o idealismo pelo pragmatismo para vencer os republicanos -e ficando cada vez mais parecidos com seus inimigos. Mas, em análise mais ampla, "Tudo pelo Poder" é uma fábula sobre ética e moral, sobre virtudes públicas e pessoais testadas no embate com uma realidade corruptora. E aí Meyers seria um jovem Fausto, tentado pelo Mefistófeles da política "real". Como em "Boa Noite e Boa Sorte", Clooney nos dá uma visão adulta sobre a política americana, com material de base sólido (a peça) e interpretações precisas do elenco. TUDO PELO PODER DIREÇÃO George Clooney QUANDO hoje, às 22h10, e quinta, às 22h20, no Frei Caneca Unibanco Arteplex, e amanhã às 20h20, no Espaço Unibanco Pompeia CLASSIFICAÇÃO 12 anos AVALIAÇÃO bom Texto Anterior: Crítica/MPB: Marisa Monte lança novo álbum sem correr riscos Próximo Texto: 35ª Mostra de SP/Crítica - Documentário: Herzog aborda os significados da arte em filme assombroso Índice | Comunicar Erros |
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