São Paulo, terça-feira, 01 de novembro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros DIÁRIO DA CAVERNA MARCOS DÁVILA Uma tarde com o cinéfilo CARO DIÁRIO, reencontrei o cinéfilo Sergio de Oliveira, 75, citado no meu primeiro texto neste espaço. O advogado já viu 17 mil filmes, fichados em 57 cadernos, e tem todos os catálogos da Mostra. A despeito dos avisos de outros cinéfilos -do tipo "ele é meio maluquinho" ou ainda "ele é o mais maluco de todos nós"-, convidei o advogado para passar uma tarde no cinema. A tática usada pelo cinéfilo para contornar os atrasos do festival é ficar o dia inteiro na mesma sala. Escolhemos a Cinemateca. Antes da primeira sessão, ele faz uma sentença: "Assim como na vida, o amor está ausente da Mostra". A mulher da poltrona da frente não se aguenta e sugere: "Vai ver 'Frango com Ameixas'". Começa "Algumas Nuvens", um italiano com pinta de novela das oito que não ameniza a situação. Votamos regular. Pausa. O cinéfilo me conta que realiza uma competição com os melhores filmes do ano. Em 2010, "Cópia Fiel" levou o grande prêmio. Da Mostra deste ano, apenas o argentino "O Desaparecimento do Gato" está entre os indicados. Segue o espanhol "Vidas Pequenas". Também não empolga. Bem melhor foi " La Buca del Lupo". Mesmo assim, ganhou um regular. "Não fazem mais filmes como '...E o Vento Levou'", desabafa. Além de cinéfilo, é assumidamente romântico. Maluco? Somos todos. P.S.: a chuva espantou o público de "Amarcord", no parque Ibirapuera. Ao meu lado, um homem intrigante viu a sessão inteira em pé, mesmo com cadeiras vagas. Era o diretor canadense Atom Egoyan. SINOPSE DO DIA Sem ver a família há quase duas semanas, repórter se depara com a imagem da mãe em todo filme que assiste. Ela aparece para dar recados. MARCOS DÁVILA, vulgo Peri Pane, é fã da sociedade da grã-ordem kavernista. Ele escreve alternadamente com Vanessa Barbara durante a 35ª Mostra de Cinema de São Paulo. Texto Anterior: 35ª Mostra de SP/Crítica - Documentário: Herzog aborda os significados da arte em filme assombroso Próximo Texto: João Pereira Coutinho: Primavera em Paris Índice | Comunicar Erros

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