São Paulo, sábado, 01 de dezembro de 2007 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Mônica Bergamo @ - bergamo@folhasp.com.br POLÊMICA DO BEBEDOURO "A noite de SP tá encaretando"
A Assembléia Legislativa de
SP discutiu nesta semana a lei
que tornará obrigatória a instalação de bebedouros nas casas
noturnas do Estado. A idéia, diz
o deputado Simão Pedro (PT),
autor da proposta, é reduzir os
danos do consumo de ecstasy,
como desidratação. "É para salvar vidas. O ideal é que o jovem
não use a droga. Mas, se usou,
que tome água", diz ele. E completa: "Mas vai servir também
para quem enche a cara de cerveja, vodca, mistura as bebidas
e precisa se hidratar". O debate chegou aos proprietários dos principais clubes da capital. Dono da Funhouse, balada indie rock que completa cinco anos na rua Bela Cintra, Eduardo Azevedo diz que deve instalar os bebedouros: "Ah, meu, é lei, não tem jeito". A casa, que cobra R$ 7 de entrada, tem três seguranças que controlam o consumo de drogas. "Tem muita balada que deixa o cara acender um baseado na pista. A gente não", diz. "Mas é meio ridículo. O cara paga R$ 50 para entrar numa balada eletrônica, mais R$ 40 por um ecstasy e vai dizer que não tem R$ 3 para uma água, precisa tomar no bebedouro?" O clube Vegas, na rua Augusta, se antecipou: o proprietário Facundo Guerra Rivero instalou um bebedouro há seis meses, mas "ninguém quer beber água lá". O motivo: "As pessoas continuam querendo desfilar com a garrafinha de água na mão para emitir sinais de status, símbolos de que pagaram caro por aquilo [uma água, no Vegas, custa R$ 4]". Rivero diz que "as boates vendem água com preço próximo ao da cerveja, que é pra pessoa optar por álcool. Depois de duas, o cliente já descontrola a carteira". "Olha, eu acho no mínimo exótico!" É André Hidalgo, do Glória. Segundo ele, "ficou cafona tomar ecstasy hoje em dia. É uma droga dos anos 90, apesar de as apreensões estarem aparecendo. Talvez hoje [a moda] seja cocaína, não sei". Ele afirma que "na verdade, a noite de SP tá encaretando. Vira e mexe, a prefeitura fecha uma casa [o próprio Glória ficou fechado por três meses, para se adaptar a normas do município], tem batida policial. Isso tem coibido o uso de drogas". André Almada, da The Week, diz que cumprirá a lei "se for obrigado", mas foge da polêmica sobre o ecstasy. "Isso é generalizar. Todo mundo tem que tomar dois litros de água por dia. Você quer que eu fale de droga porque é coisa ilícita?" Frases "É meio ridículo. O cara paga R$ 50 para entrar numa balada eletrônica, mais R$ 40 por um ecstasy e vai dizer que não tem R$ 3 para uma água?" EDUARDO AZEVEDO, dono da Funhouse, balada que completa cinco anos
"Na verdade, a noite de SP
tá encaretando.
Caetano diz: "Gil deveria ficar"
No camarim de um show corporativo, em que só cantou sucessos como "Sampa" e "Você É Linda", Caetano Veloso aderiu ao movimento "Fica, Gil", para que o ministro da Cultura não deixe a pasta. FOLHA - O senhor algum dia aceitaria convite para ser ministro da Cultura? CAETANO VELOSO - Eu não. Não tenho paciência para a administração pública [enquanto dedilha "Odara" no violão]. E acho que o Gil deveria ficar. FOLHA - Por quê?
FOLHA - Mas como analisa o trabalho dele na pasta?
com AUDREY FURLANETO, DIÓGENES CAMPANHA e DÉBORA BERGAMASCO Texto Anterior: José Simão: Socuerro! O Chávez é corintiano! Próximo Texto: Programação de TV Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |