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Milhazes leva colagens à Fortes Vilaça
Novas obras da artista, que incluem cinco pinturas feitas neste ano, podem ser vistas a partir de hoje na galeria, em SP
Apesar de suas pinturas serem motivo de intensa disputa no mercado, artista se diz mais empolgada com as três colagens produzidas
FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL
Das novas obras que Beatriz
Milhazes apresenta, a partir de
hoje, na galeria Fortes Vilaça,
são as colagens as que mais empolgam a artista, apesar de serem as suas pinturas que provocam disputa no mercado.
Sem apelar a um processo industrial na fabricação de seus
trabalhos, Milhazes controla
todas as etapas da produção de
sua obra, tornando-a limitada
e, obviamente, com maior valor. Neste ano, por exemplo, ela
produziu apenas oito: cinco
pinturas e três colagens.
Em 2003, a artista começou a
realizar colagens a partir de sua
coleção de papéis de bala. Desde então, esse procedimento,
um dos mais típicos da arte moderna -como se pode ver na
mostra de Kurt Schwitters, em
cartaz na Pinacoteca até amanhã-, tem se ampliado, e agora
sacolas de papel, também de
sua coleção particular, passaram a fazer parte das colagens.
Em cada uma delas, a artista
utiliza cerca de 20 tipos de papel, todos adquiridos por ela.
"Eu mesma escolho cada tipo
de papel, a maioria no exterior,
e agora tenho até mandado imprimir alguns, nos EUA."
No entanto, as duas técnicas
acabam se misturando. "A colagem me permite repensar a
pintura, e por conta dela resolvi
questões que não conseguia",
diz Milhazes. Um exemplo que
a artista aponta nas novas pinturas é a presença de formatos
quadrados, que até então não
eram vistos em suas obras.
Milhazes alcançou uma imagética particular, caracterizada
por círculos que se sobrepõem,
provocando uma certa vertigem, intensificada pelo uso
pulsante de cores. Na nova exposição, essas marcas seguem
presentes, reforçadas por pequenos detalhes, resultado do
processo artesanal.
"Tanto na pintura como na
colagem, é o processo que vai
decidir o resultado do trabalho", diz. Em cada obra, Milhazes cria pequenos desafios como estímulo à sua pesquisa.
Em "Love", uma de suas novas
obras, o desafio foi utilizar uma
tela de linho, se aproveitando
da cor do material, areia, bastante distinta de sua paleta
usual, muito mais vibrante.
Retrospectiva em 2008
Para 2008, Milhazes já está
com a agenda cheia. Em São
Paulo, ela será tema de uma retrospectiva na Pinacoteca do
Estado, onde irá criar sua primeira obra de grande escala na
cidade, nos vitrais do espaço,
além de apresentar novos trabalhos em sua galeria de Nova
York, a James Cohan.
A artista trabalha ainda em
dois livros: um, para uma nova
série da editora alemã Taschen,
para a qual desenhou as paredes da loja projetada por
Philippe Starck, em Nova York,
e outro, para a editora inglesa
Ridinghouse. No ano que vem,
Milhazes irá participar ainda
de duas grandes mostras internacionais: a primeira bienal de
Nova Orleans e uma coletiva em Berlim,
no Martin-Gropius-Bau.
Finalmente, em Tóquio, ela
vai estar presente numa coletiva de artistas brasileiros no
Museu de Arte Contemporânea, com curadoria de Yuko
Hasegawa. Já no início de
2009, terá uma mostra solo na
Fundação Cartier, em Paris.
BEATRIZ MILHAZES
Onde: galeria Fortes Vilaça (r. Fradique Coutinho, 1.500, tel. 0/xx/11/
3032-7066)
Quando: abertura, hoje, às 14h; de ter.
a sex., das 10h às 19h; sáb., das 10h às
17h. Até 26/1
Quanto: entrada franca
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