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crítica
"Olga" mira no grande público das telenovelas
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Não temos, não podemos ter,
uma produção cheia de efeitos
como os blockbusters americanos. Mas temos nossa história
política e a crença de que seria
função do cinema divulgá-la.
Nisso se encaixa "Olga" (Canal Brasil, 12h30), de Jayme
Monjardim, um dos grandes
sucessos brasileiros recentes.
Nosso blockbuster passa, portanto, por fatos mais ou menos
aceitos universalmente, indiscutíveis (entregar Olga Benário
para os nazistas foi um crime
inominável praticado pelo governo Vargas).
Em seguida, por buscar caminhos de reconhecimento fácil para o espectador acostumado às novelas: a trajetória de
Olga Benário ora parece um velho filme de guerra americano
revisto por "Casseta e Planeta",
ora uma história de amor, ora
um melodrama.
Em todos os momentos,
aquilo que a justifica teoricamente (filme brasileiro parece
que sempre tem de se justificar) é o que se apaga: a história
e a política. O sucesso tem seu
preço.
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