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Crítica
"1941" é uma das obras mais graves de Spielberg
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Existe uma euforia em "1941
- Uma Guerra Muito Louca"
(TCM, 22h, não indicado para
menores de 12 anos) que por
vezes se deixa confundir com
histeria. A Guerra do Vietnã
havia terminado, a Guerra Fria
havia esfriado. Tocar no assunto (recuando à Segunda Guerra) em tom de comédia era ainda uma oportunidade de reatar
os laços com o Japão, de incluir
Toshiro Mifune no elenco etc.
Daí esse tom de pouco compromisso que, talvez, tenha
ajudado esta comédia de Steven Spielberg a fracassar na bilheteria. Dele, que havia feito
logo antes "Contatos Imediatos do Terceiro Grau", esperava-se talvez coisa mais grave.
No entanto, esse me parece
um dos filmes mais graves deste diretor-produtor, pois aqui
os japoneses não atacam Pearl
Harbor nem nada.
Existe um alvo mais sutil a
bombardear: Hollywood, o lugar de onde saem os sonhos da
América, que depois viram sonhos do mundo.
Ou seja, o lugar da produção
simbólica por excelência.
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