São Paulo, terça, 2 de fevereiro de 1999

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Brant e de Saderman dialogam

do enviado a Park City

O cinema latino-americano superou as expectativas mesmo sem a presença de grandes nomes entre os concorrentes. Uma nova geração provou talento e firmeza. A seleção no mínimo se equiparou a das novas ficções dos EUA.
"Santitos", de Alejandro Springall, venceu com todos os méritos. Exibe o amadurecimento industrial do cinema mexicano. É um delicioso road movie burlesco sobre uma mãe ultra-religiosa que não acredita na súbita morte da filha e sai em busca dela.
O prêmio especial do júri ficou com o grande vencedor do último festival de Havana, "La Vida Es Silbar" (Viver É Assobiar), de Fernando Perez. Três histórias se intercalam iluminando os dilemas de Cuba neste final de século.
Uma curiosa semelhança aproximou o concorrente brasileiro, "Ação entre Amigos" de Beto Brant, e o venezuelano, "Cien Anos de Perdón", de Alejandro Saderman. Ambos partem de um pacto entre amigos contra a violência -política, no caso de Brant, econômica, no de Saderman. O primeiro opta pelo registro trágico; o segundo prefere o do thriller cômico. Em "Ação", quatro ex-guerrilheiros buscam vingança contra o homem que os torturou. "Cien Anos" reúne quatro amigos de instável vida financeira num golpe contra um banco falido pela corrupção. Apesar de não desenvolverem plenamente o potencial das boas sinopses, ambos confirmam Brant e Saderman como revelações a seguir. (AL)



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