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CASO SKANK
Registro feito por poeta tem irregularidade
Processo por plágio pode conter fraude
LUIZ FRANCISCO
da Agência Folha, em Salvador
O caso do poeta baiano Ajax
Jorge da Silva, que acusou em
96 o grupo mineiro Skank de
ter plagiado letras de sua autoria, volta à ordem do dia na Justiça de Salvador com uma suspeita de fraude.
O laudo assinado pela perita
de juízo Evandina Cândida Lago, que será anexado hoje ao
processo, constatou irregularidades no selo utilizado na autenticação dos textos supostamente de autoria do poeta baiano Ajax Jorge da Silva, que teriam sido plagiados pelo
Skank.
Segundo o laudo da perita, o
tipo de selo utilizado na autenticação não existia à época do
registro (novembro de 91) feito
por Ajax Jorge da Silva, que requereu à Justiça de Salvador
que fossem proibidas as execuções públicas de "Pacato Cidadão", "Esmola", "O Beijo e a
Reza", "Te Ver", "Garota Nacional" e "Eu Disse a Ela".
As músicas estão nos discos
"Calango" e "O Samba Poconé", da banda mineira. O poeta
alegou que batizou e escreveu
as letras das seis canções.
Hoje à tarde, na 8ª Vara Cível
de Salvador, está prevista a realização de uma audiência para
ouvir o poeta baiano e os funcionários do cartório onde a
autenticação foi realizada.
Segundo o advogado de Ajax
Jorge da Silva, Vinícius Simões,
a audiência deverá ser adiada.
"A juíza determinou que os integrantes do Skank fossem ouvidos em Belo Horizonte no
mesmo horário, mas até hoje
(ontem) eles não tinham sido
notificados." O advogado disse
que vai requerer novos depoimentos dos funcionários do
cartório.
O advogado Simões afirmou
ainda que o laudo constatou
que não houve rasuras no documento e que as assinaturas
não foram falsificadas.
Ajax Jorge da Silva respondeu, entre 1983 e 1986, a uma
ação por estelionato contra o
hóspede de um hotel em que
trabalhou e acabou absolvido
pela 9ª Vara Criminal de São
Paulo.
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