São Paulo, sexta-feira, 02 de março de 2007

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CDs

Erudito
Elisa Fukuda-Giuliano Montini
     
ELISA FUKUDA-GIULIANO MONTINI
Gravadora:
YB Music/Tratore; Quanto: R$ 24, em média
Música de câmera é o terreno por excelência do refinamento e da experiência, qualidades que não faltam ao duo formado por Elisa Fukuda (violino) e Giuliano Montini, que cristaliza sua longa colaboração musical nestas gravações de Villa-Lobos ("Primeira Sonata-Fantasia"), Brahms ("Sonata n.2, opus 100"), Schumann ("Phantasiestücke, opus 73") e Cláudio Santoro ("Sonata n.4"). Um disco brasileiro de qualidade internacional.
POR QUE OUVIR: Além da excelente realização do repertório brasileiro, Fukuda e Montini nos brindam com interpretações maduras do romantismo germânico de Brahms e Schumann. (IRINEU FRANCO PERPETUO)

MPB
Casa de Todo Mundo     
MÁRIO SÈVE
Gravadora:
Núcleo Contemporâneo; Quanto: R$ 27
É impossível não haver um quê de irregularidade em um disco gravado ao longo de dez anos e no qual cada faixa é um gênero musical. Mas a assimetria é, paradoxalmente, o que dá unidade ao CD de Mário Sève. Integrante dos quintetos Nó em Pingo D'Água e Aquarela Carioca e do conjunto que acompanha Paulinho da Viola, o saxofonista (clarinetista, flautista etc.) mostra seu lado compositor em choro, samba, maxixe, ciranda e até num forró com participação do grupo Mestre Ambrósio. Pouco conhecido autor de canções, Sève comprova seu talento em "Toada" (cantada por Mônica Salmaso), "Imaginária" (por Suely Mesquita) e outras.
POR QUE OUVIR: a diversidade dá riqueza ao CD, no qual estão de Pedro Luís ao Época de Ouro. (LUIZ FERNANDO VIANNA)

Rock
Revirando o Sótão
  
EUTERPIA
Gravadora:
Ná Records; Quanto: R$ 23, em média
O Euterpia vem de Belém, Pará, mas guarda mais parentescos mesmo é com São Paulo, de onde revira a vanguarda dos anos 80 -no que ela tinha de melhor e no que ela tinha de mais insuportável. Nesse clima, a vozinha doce da vocalista Marisa Brito encontra conexões com o grupo Rumo, enquanto o tom de declamação de Antonio Novaes vai ao encontro da teatralidade de grupos mais recentes, como Cordel do pernambucano Fogo Encantado. E tudo isso enquanto flautas, saxofone correm soltos. Não é à toa que a faixa-título cita nominalmente Tom Zé e Arrigo Barnabé.
POR QUE OUVIR: com boas canções, como "Veneza", o Euterpia combina referências mais "cabeçudas" com um pop mais acessível e bem-trabalhado, de ótimo instrumental. (BRUNO YUTAKA SAITO)

Rock
Anti Herói
  
AGUILAR E BANDA PERFORMÁTICA
Gravadora:
Barravento; Quanto: R$ 23, em média
Mesmo cercado de ótimos instrumentistas, como o guitarrista Lanny Gordin nos anos 80, a música nunca foi a questão essencial com Aguilar e sua Banda Performática. Poesia, declamações, happening e artes plásticas fazem parte de um conceito mais amplo e ambicioso. É aquele climão dos anos 70 e 80 de experimentações, sempre no limite entre o admirável e o equivocado. Funciona melhor ao vivo -atualmente, gente como Bocato e Loop B integram o grupo. Uma oportunidade é ver o show de lançamento, dia 9/3, no Sesc Pompéia (r. Clélia, 93, tel. 0/ xx/11/ 3871-7700; ingr. R$ 15), às 21h.
POR QUE OUVIR: em vários momentos a união de mídias proposta por Aguilar decola e evidencia a força de sua estética marginal, hoje já parte de um underground paulistano um tanto esquecido. (BYS)

TRILHA SONORA
Marie Antoinette    
VÁRIOS
Gravadora:
Universal; Quanto: R$ 35, em média
Em sua estréia no cinema, com "Virgens Suicidas", a diretora Sofia Coppola convidou a dupla francesa Air para compor a trilha e o resultado foi um disco lindo, dilacerante e triste como o filme. No segundo, "Lost in Translation", cujo som ficou aos cuidados de Brian Retzel (do Air), tornou-se clássica a cena em que Scarlett Johansson caminha ao som das guitarras do Jesus and Mary Chain. Retzel volta a trabalhar com a cineasta em "Maria Antonieta" (estréia no Brasil em 16/3), obra que ligará para sempre a imagem da rainha francesa à banda Strokes -não dá para contar mais nada sem estragar o filme. Espirituoso, Retzel fez Maria Antonieta bailar ao som de Vivaldi, The Cure, New Order...
POR QUE OUVIR: nem todas as músicas do disco duplo são imperdíveis. Muitas, só fazem sentido mesmo na tela, mas há ótimos momentos com Siouxsie and The Banshes, Strokes, Bow Wow Wow, The Radio Dept. Aphex Twin e Windsor for the Derby. (AFS)

Rock
Infinity on High
  
FALL OUT BOY
Gravadora:
Universal; Quanto: R$ 35, em média
Em tempos de pirataria, mais de três milhões de discos vendidos abrem algumas portas. Com o sucesso do anterior "From Under the Cork Tree", o Fall Out Boy conseguiu que o rapper Jay-Z cantasse em uma canção, que o requisitado Babyface produzisse duas faixas e, ainda, foi convidado a participar do álbum do superprodutor de rap e r&b Timbaland. Um dos principais nomes do emo (o rock de guitarras rápidas e letras sensíveis), o Fall Out Boy aparece mais pop neste disco, mais preocupado com melodias do que com barulho, vide o single "This Ain't a Scene...", que tem refrão e coro que não ficariam fora de lugar numa música da Beyoncé.
POR QUE OUVIR: mesmo que você considere o emo uma das desgraças do século 21, a guinada pop da banda diverte em "I'm Like a Lawyer with the Way..." e "Don't You Know..." (que mania de dar título comprido às músicas...). Mas não vai além disso. (THIAGO NEY)


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