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Ex-advogada cria romance previsível
RODOLFO LUCENA
Editor de Informática
O canibal Hannibal, de "O Silêncio dos Inocentes", é pinto
perto de Edgler Vess, o vilão de
"Intensidade", obra de Dean
Koontz que chega às livrarias brasileiras pela Mandarim.
A história é de arrepiar os cabelos, contada de forma cortante,
rasgante, ensanguentada.
Começa molenga, chatinha, com
duas amigas voltando da faculdade para passar um feriado com a
família de uma delas. Na viagem,
trocam segredos mais ou menos
picantes, espicaçam escondidas e
doloridas lembranças.
Mas o leitor não tem tempo de se
aborrecer. Logo começa o pesadelo. O terror adentra a vida de
Chyna Sheperd. E o leitor fica preso à história, aos crimes, à perseguição, à luta da estudante de psicologia para vencer a si mesmo e,
principalmente, ao inimigo.
Ele é Edgler Foreman Vess. Aos 9
anos, queimou os pais. Aos 11, tocou fogo na avó. Com as letras de
seu nome, gosta de dizer, dá para
escrever semente de dragão e forja
de raiva (em inglês).
Gosta de matar. Estuprar também, nem sempre com a ferramenta natural. Mas, acima de tudo, gosta de torturar, ver o medo,
ouvi-lo, cheirá-lo. Quanto mais intenso melhor.
Ao longo de 24 horas, os dois se
enfrentam. Ele mata, ela o persegue, ela a descobre, ela se esconde,
ele a captura, ela resiste, ele relaxa,
ela o enfrenta.
"Deus tem medo de mim", diz
Vess, repetindo outra frase que
pode ser feita com as letras de seu
nome, em inglês.
"Vá se foder", responde Chyna
Sheperd, ainda incólume e viva.
Os diálogos são assim, rápidos,
violentos. De vez em quando, o
texto pára um pouco em descrições de cenário, em certas impressões. Se preferir, leia na diagonal e
continue focalizado na ação. É o
que vale a pena e leva o leitor até o
fim.
Livro: Intensidade
Autor: Dean Koontz
Lançamento: Mandarim
Quanto: R$ (págs.)
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