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Santa aparece em filme rodado por Yamazaki em Aparecida
História contemporânea vai mostrar aparição de Nossa Senhora em 1717
FERNANDA EZABELLA
ENVIADA ESPECIAL A APARECIDA
A padroeira do Brasil também chega aos cinemas, em dezembro, como coadjuvante de
um filme rodado na cidade que
abriga o Santuário Nacional de
Nossa Senhora Aparecida.
O longa chega como uma espécie de contra-ataque à onda
de filmes espíritas a ser lançados neste ano, na esteira do
cententário de Chico Xavier,
embora os produtores digam
que o projeto tem quatro anos,
anterior ao oba-oba religioso.
"O filme tem uma mensagem
clara: vamos ter fé. E fé não é
católica, espírita, evangélica. Fé
é uma coisa mágica", disse o
ator Murilo Rosa, anteontem,
no último dia de filmagens.
A história traz um drama familiar nos dias de hoje, mas haverá uma reconstituição passada em 1717, quando pescadores
acharam a imagem de madeira
da santa num rio. A própria surge para o protagonista, um homem rico que perdeu a fé. Ela é
interpretada por uma modelo
negra, com um manto azul bordado, sem aparecer o rosto.
"Aparecida - O Filme" (título
provisório) foi dirigido por Tizuka Yamazaki ("Xuxa em O
Mistério de Feiurinha"). Murilo faz o empresário Marcos, que
perdeu o pai quando criança, na
construção da basílica. Nos dias
de hoje, um acidente com seu
filho, que fica à beira da morte,
o faz reencontrar a fé.
Boa parte das filmagens foram feitas em São José dos
Campos, onde Marcos vive numa mansão. Ele volta a Aparecida, sua terra natal, em busca
da mãe, uma devota que recebe
romeiros e dá sopa aos pobres.
"Estou católica", avisa Tizuka, que pouco antes "estava" na
pajelança cabocla, fazendo um
filme ainda inédito sobre o tema. "Não tem nenhum católico
praticante aqui, [mas] estamos
todos com uma fé religiosa incrível", completou. "Fazer cinema, hoje, é um milagre."
O filme tem ajuda do santuário, que cedeu salas do local para a produção. O reitor da casa,
padre Darci Nicioli, abriu as
portas para inúmeras filmagens, como uma missa que ele
mesmo celebrou. Foram captadas imagens do Dois de Outubro, com 300 mil pessoas.
"Eu li o projeto do filme, fala
daquilo que acontece todos os
dias no santuário: o renovar da
esperança", diz Darci. "Aqui
não existe milagrice como você
vê por aí, um ressuscita, outro
cura, outro ganha carro. Isso é
absurdo, é exploração."
Moradores da cidade trabalharam como figurantes. "Fazer filme é mais legal, gosto de
cinema", disse o servidor público Rosemilson Pessin, 42, comparando a função com o trabalho de apoio litúrgico durante a
visita de Bento 16 a Aparecida.
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