São Paulo, sexta-feira, 02 de abril de 2010

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VIVIAN WHITEMAN (editora interina) - ultima.moda@grupofolha.com.br

Birmania

Alexandre Birman abre em São Paulo a 1ª loja de sua grife de sapatos de luxo, que virou mania entre atrizes de Hollywood

"Desculpe, mas meus Alexandre Birman são sagrados". A frase, dita pela personagem fashionista Blair Wardolf (Leighton Meester) no seriado americano "Gossip Girl" deu origem a uma reação em cadeia que colocou o Brasil no topo do mundo das "sapatólatras".
Na cena em questão, que foi ao ar nos EUA no fim de 2009, Blair conversava com uma colega "it-girl" sobre um par de botas peep-toe criado pelo brasileiro Alexandre Birman, 33, para a grife que leva seu nome.
"Contratei um time de marketing nos EUA, mas a entrada no seriado aconteceu porque a Leighton [Meester] recebeu sapatos meus por intermédio de um stylist e se apaixonou por eles. A repercussão foi incrível", diz Birman.
"Gossip Girl" é uma das maiores vitrines de grifes da TV americana, com tramas que se desenrolam entre jovens milionárias alucinadas por roupas e acessórios de alto luxo. Embora em menor escala, o seriado fez por Birman o que "Sex and the City" fez por grifes de sapatos como Manolo Blahnik e Jimmy Choo. Depois do seriado, e com a ajuda de marqueteiros e stylists, a "birmania" chegou a revistas como "Vogue", "Elle" e "Harper's Bazaar", as bíblias americanas do consumo.
Depois da TV, Birman se deu bem na terra do cinema e do hype: Hollywood. Demi Moore, Kate Hudson e Jessica Alba já estão entre as clientes fiéis do empresário, que ganhou também os pés de Carey Mulligan, indicada ao Oscar por "Educação" e substituta de Audrey Hepburn na nova versão para cinema do clássico fashion "My Fair Lady" (1964).
Antes vendidos somente em multimarcas de luxo, como a Bergdorf Goodman, em Nova York, a Printemps, em Paris, e a Daslu, em São Paulo, os "Birmans" ganham, na próxima segunda-feira, um ponto de vendas exclusivo na capital paulista, na rua Oscar Freire, 855.
A nova loja, de apenas 14 m2, foi projetada por Carolina Maluhy e custou R$ 500 mil. "Depois da estreia, queremos atender só uma ou duas pessoas por vez", diz o empresário, que compara o espaço a uma joalheria. Além de atender passantes endinheiradas, Birman oferecerá às suas clientes visitas com hora marcada.
O novo queridinho da indústria do luxo vem de uma família de sapateiros: seu pai, Anderson Birman, é dono da gigante Arezzo. Adolescente, o filho ambicioso criou a Schutz, um negócio de sucesso que conta com nove lojas próprias e mais de 500 pontos de venda em multimarcas pelo Brasil.
Os sapatos da Schutz custam em média R$ 250. Já os Alexandre Birman não saem por menos de R$ 850. No mercado americano, saem por volta de US$ 500, um preço bastante competitivo no contexto dos produtos de luxo.
A maxibota que ilustra esta página, toda feita em couro python natural (a cobra é o material-fetiche de Birman), custa R$ 3.680. Ela é um dos 40 itens da coleção de inverno que têm produção limitada a cinco ou seis unidades por modelo. "A confecção é artesanal, com materiais importados da Itália", afirma o designer.
Empolgado com a maré alta, Birman quer subir ainda mais. "Trabalho para fazer história com meus sapatos e chegar ao nível de gênios como Christian Louboutin e Roger Vivier."



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