|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Última Moda
VIVIAN WHITEMAN (editora interina) - ultima.moda@grupofolha.com.br
Birmania
Alexandre Birman abre em São Paulo a 1ª loja de sua grife de sapatos de luxo, que virou mania entre atrizes de Hollywood
"Desculpe, mas meus Alexandre Birman são sagrados".
A frase, dita pela personagem
fashionista Blair Wardolf
(Leighton Meester) no seriado
americano "Gossip Girl" deu
origem a uma reação em cadeia
que colocou o Brasil no topo do
mundo das "sapatólatras".
Na cena em questão, que foi
ao ar nos EUA no fim de 2009,
Blair conversava com uma colega "it-girl" sobre um par de
botas peep-toe criado pelo brasileiro Alexandre Birman, 33,
para a grife que leva seu nome.
"Contratei um time de marketing nos EUA, mas a entrada
no seriado aconteceu porque a
Leighton [Meester] recebeu sapatos meus por intermédio de
um stylist e se apaixonou por
eles. A repercussão foi incrível", diz Birman.
"Gossip Girl" é uma das
maiores vitrines de grifes da TV
americana, com tramas que se
desenrolam entre jovens milionárias alucinadas por roupas e
acessórios de alto luxo. Embora
em menor escala, o seriado fez
por Birman o que "Sex and the
City" fez por grifes de sapatos
como Manolo Blahnik e Jimmy
Choo. Depois do seriado, e com
a ajuda de marqueteiros e
stylists, a "birmania" chegou a
revistas como "Vogue", "Elle" e
"Harper's Bazaar", as bíblias
americanas do consumo.
Depois da TV, Birman se deu
bem na terra do cinema e do
hype: Hollywood. Demi Moore,
Kate Hudson e Jessica Alba já
estão entre as clientes fiéis do
empresário, que ganhou também os pés de Carey Mulligan,
indicada ao Oscar por "Educação" e substituta de Audrey
Hepburn na nova versão para
cinema do clássico fashion "My
Fair Lady" (1964).
Antes vendidos somente em
multimarcas de luxo, como a
Bergdorf Goodman, em Nova
York, a Printemps, em Paris, e a
Daslu, em São Paulo, os "Birmans" ganham, na próxima segunda-feira, um ponto de vendas exclusivo na capital paulista, na rua Oscar Freire, 855.
A nova loja, de apenas 14 m2,
foi projetada por Carolina Maluhy e custou R$ 500 mil. "Depois da estreia, queremos atender só uma ou duas pessoas por
vez", diz o empresário, que
compara o espaço a uma joalheria. Além de atender passantes endinheiradas, Birman
oferecerá às suas clientes visitas com hora marcada.
O novo queridinho da indústria do luxo vem de uma família
de sapateiros: seu pai, Anderson Birman, é dono da gigante
Arezzo. Adolescente, o filho
ambicioso criou a Schutz, um
negócio de sucesso que conta
com nove lojas próprias e mais
de 500 pontos de venda em
multimarcas pelo Brasil.
Os sapatos da Schutz custam
em média R$ 250. Já os Alexandre Birman não saem por
menos de R$ 850. No mercado
americano, saem por volta de
US$ 500, um preço bastante
competitivo no contexto dos
produtos de luxo.
A maxibota que ilustra esta
página, toda feita em couro
python natural (a cobra é o material-fetiche de Birman), custa
R$ 3.680. Ela é um dos 40 itens
da coleção de inverno que têm
produção limitada a cinco ou
seis unidades por modelo. "A
confecção é artesanal, com materiais importados da Itália",
afirma o designer.
Empolgado com a maré alta,
Birman quer subir ainda mais.
"Trabalho para fazer história
com meus sapatos e chegar ao
nível de gênios como Christian
Louboutin e Roger Vivier."
Texto Anterior: Cinema - Crítica/ "Pecado da Carne": Estreia do israelense Haim Tabakman levanta bandeira da liberdade sexual Próximo Texto: O pulo do gato Índice
|