São Paulo, quinta, 2 de abril de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Nunca vou saber

HELOISA SEIXAS

Ergui o fone do gancho. Deu sinal. Disquei o primeiro algarismo. Quando ia teclar o segundo, percebi vozes abafadas -uma linha cruzada. Normal. Continuei discando. Agora estava chamando. Mas entre uma chamada e outra voltei a ouvir as vozes, agora um pouco mais claras. Ou melhor, a voz. De mulher. Parecia aflita. De repente, o grito. Ouvi nitidamente quando aquela voz pediu socorro. Um pedido desesperado. E, neste instante exato, alguém atendeu do outro lado, desfazendo a linha cruzada. O grito ficou perdido, partido -sem resposta. Mas não pude mais esquecê-lo.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.