São Paulo, segunda-feira, 02 de maio de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

INFANTIL

Amargo, Chico Anysio conta sua história

DA REDAÇÃO

O Chico Anysio que é entrevistado por Selton Mello para o "Tarja Preta" de hoje (às 16h30, no Canal Brasil), é, como diria seu xará Buarque, "um pote até aqui de mágoa". Não que o comediante dispare a metralhadora de críticas que já utilizou outrora. Seu depoimento é apenas triste, amargo, aparentemente ressentido com o sucesso que o deixou.
O roteiro de ascensão e queda não é novo na vida de Chico Anysio. Ele lembra que sua família era rica, mas perdeu tudo, indo, por isso, para o Rio de Janeiro, onde o comediante começou a trabalhar em rádio, depois de uma vitoriosa carreira de imitador em concursos de calouros. Dali, iria para a televisão e rumo à glória nacional.
Sua carreira na TV é relembrada apenas de passagem, em meio a elogios do entrevistador e algumas cenas de arquivo. Mas é o suficiente para Chico Anysio acusar de plágio a TV americana -cujo programa "Rowan and Martin Laugh-In", da década de 70, teria copiado seu "Noites Cariocas"- e a comediante Tracey Ullman, que teria imitado a idéia de seu "Chico Anysio Show", um de seus inúmeros programas na Globo.
Ao abordar sua carreira cinematográfica -foi ator e roteirista- e musical, o comediante conta que Herbert Vianna, líder dos Paralamas do Sucesso, "descobriu", pouco antes de seu acidente, as músicas de Baiano e os Novos Caetanos (banda satírica formada por Chico Anysio e Arnaud Rodrigues) e pretendia fazer um novo disco do "grupo", projeto que acabou não indo adiante -segundo Anysio, as gravadoras esperavam algo do tipo Tiririca.
O estilo do programa -duas câmeras nas mãos, nenhuma idéia na cabeça- não colabora para reduzir o peso da entrevista, que se encerra com o comediante respondendo que utiliza remédios de tarja preta para a depressão. Um fim que não faz jus ao sinônimo de humor que foi Chico Anysio, por pelo menos 20 anos.
(MAC)


Tarja Preta: Chico Anysio
Quando: hoje, às 16h30, no Canal Brasil


Texto Anterior: Fotografia: Exposição aborda a influência árabe na AL
Próximo Texto: Nelson Ascher: A consciência das palavras
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.