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INFANTIL
Amargo, Chico Anysio conta sua história
DA REDAÇÃO
O Chico Anysio que é entrevistado por Selton Mello para o
"Tarja Preta" de hoje (às 16h30,
no Canal Brasil), é, como diria seu
xará Buarque, "um pote até aqui
de mágoa". Não que o comediante dispare a metralhadora de críticas que já utilizou outrora. Seu
depoimento é apenas triste,
amargo, aparentemente ressentido com o sucesso que o deixou.
O roteiro de ascensão e queda
não é novo na vida de Chico Anysio. Ele lembra que sua família era
rica, mas perdeu tudo, indo, por
isso, para o Rio de Janeiro, onde o
comediante começou a trabalhar
em rádio, depois de uma vitoriosa
carreira de imitador em concursos de calouros. Dali, iria para a
televisão e rumo à glória nacional.
Sua carreira na TV é relembrada
apenas de passagem, em meio a
elogios do entrevistador e algumas cenas de arquivo. Mas é o suficiente para Chico Anysio acusar
de plágio a TV americana -cujo
programa "Rowan and Martin
Laugh-In", da década de 70, teria
copiado seu "Noites Cariocas"-
e a comediante Tracey Ullman,
que teria imitado a idéia de seu
"Chico Anysio Show", um de seus
inúmeros programas na Globo.
Ao abordar sua carreira cinematográfica -foi ator e roteirista- e musical, o comediante conta que Herbert Vianna, líder dos
Paralamas do Sucesso, "descobriu", pouco antes de seu acidente, as músicas de Baiano e os Novos Caetanos (banda satírica formada por Chico Anysio e Arnaud
Rodrigues) e pretendia fazer um
novo disco do "grupo", projeto
que acabou não indo adiante
-segundo Anysio, as gravadoras
esperavam algo do tipo Tiririca.
O estilo do programa -duas
câmeras nas mãos, nenhuma
idéia na cabeça- não colabora
para reduzir o peso da entrevista,
que se encerra com o comediante
respondendo que utiliza remédios de tarja preta para a depressão. Um fim que não faz jus ao sinônimo de humor que foi Chico
Anysio, por pelo menos 20 anos.
(MAC)
Tarja Preta: Chico Anysio
Quando: hoje, às 16h30, no Canal Brasil
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