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COMIDA
Paris Moscow funde cozinhas
JOSIMAR MELO
COLUNISTA DA FOLHA
A vista externa do restaurante Paris Moscow não dá boas
pistas do que seja o lugar. Uma
parede de cores mortas estampa o
nome do restaurante, seguido da
informação "bar e grill", que pode
induzir a crer que se trata de mais
uma choperia das diversas existentes em Moema.
Do lado de dentro, porém, a
aparência do salão demonstra
que se trata de um restaurante.
Apesar da claridade do piso branco e liso, as cadeiras confortáveis,
os lustres com luzes tíbias e o piano (com seu pianista) compõem o
clima. (É no andar superior que
há um terraço que funciona como
bar e grill, com mesas ao ar livre.)
O nome do restaurante retrata o
que se verá no cardápio: pratos da
cozinha francesa e russa, intercalados. Uma remota memória, talvez, dos tempos em que o império
russo dos czares, anterior a 1917,
mantinha estreitas relações com a
sociedade francesa e que a gastronomia era festejada com fausto
pelas aristocracias européias do
Ocidente e do Oriente.
Evocações históricas à parte, o
que levou o proprietário do Paris
Moscow a realizar essa mescla foi
somente a indecisão sobre qual
cozinha abordar. Sergio Guerbilsky nasceu no Rio de Janeiro há
52 anos. Filho de russos, casado
com uma bailarina russa, ele viveu em vários países e mantém
até hoje uma empresa na Rússia.
Já trabalhou em restaurantes ocupando várias funções, fez cursos
de culinária e também já foi proprietário de um restaurante de cozinha francesa no Canadá.
Ao chegar ao Brasil, nove meses
atrás, para montar a nova casa, se
viu na dúvida entre as duas especialidades e resolveu ficar com as
duas. Na cozinha, ele conta com
dois chefs: a russa Svetlana Lukachevitch, que trabalhou em diversos restaurantes na Rússia e vive
no Brasil, e Plínio Favaro Jr.
É uma boa notícia para São Paulo, que terá novamente um restaurante que contemple a cozinha
russa.
Agora temos onde comer blini
(no formato grande, do tamanho
de um prato), panquecas de trigo
sarraceno acompanhadas de creme azedo e peixes defumados (alguns um tanto salgados) -embora a apresentação do prato seja
um pouco grosseira. Sopas como
borcht (de beterrabas e carne, servida com torta de carne ou pastéis); massas como varenique
(que vemos em restaurantes judaicos), muito bem feita, com seu
recheio de batatas (peça manteiga
derretida para acompanhar, é
melhor do que o creme ou o shoyu trazidos); cotleta (bolinho) de
bacalhau, frango ou carne com
purê de batatas. A seção francesa é
mais fraca na execução: o atum
com molho de mostarda e as costeletas de cordeiro à provençal são
cozidas demais.
PARIS MOSCOW
Chef planeja ter 50 lojas $$$
Avaliação: regular
Endereço: al. dos Aicás,
22, Moema, tel. 0/xx/11/
5052-8513
Funcionamento: de ter. a sáb., das 12h às
15h e 19h até o último cli-ente; dom., das 11h às 17h
Ambiente: o piso térreo é
confortável; acima há um
bar com mesas ao ar livre
Serviço: ainda precisa dominar melhor a especialidade que serve
Serviço de vinhos: oferta variada, servida em
taças não muito apropriadas para cada tipo
Estacionamento: R$ 7
Cartões: todos
Preços: entradas, de
R$ 18 a R$ 39; pratos, de R$
26 a R$ 69; sobremesas, de
R$ 7 a R$ 23
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