São Paulo, quarta-feira, 02 de junho de 2010

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CONEXÃO POP

THIAGO NEY thiago.ney@uol.com.br

O soul e o pop de Janelle Monáe


Nova cantora norte-americana surpreende em disco que traz referências a Parliament e James Brown


VOCÊ AGUENTA mais uma cantora de língua inglesa que olha para o soul e o funk dos anos 1970 como inspiração? E que ainda constrói todo o seu disco de estreia a partir de um "conceito" futurista?
Bem-vindo ao mundo de Janelle Monáe, americana de 24 anos nascida no Kansas, criada em Nova York e que se tornou conhecida após mudar para Atlanta e conhecer o produtor Big Boi (do duo Outkast).
Em Atlanta, Janelle fundou a Wonderland Arts Society, coletivo de cantoras, artistas, designers, quadrinistas. Conheceu Big Boi, que a incentivou a produzir um disco (ele é produtor executivo do álbum).
Janelle apareceu na Ilustrada em dezembro do ano passado, como uma promessa do pop feito por novas cantoras. Há poucos dias, lançou nos EUA "The ArchAndroid", e o disco mostra que a promessa se concretizou -o álbum sai no Brasil em julho, afirma a gravadora Warner.

 


"The ArchAndroid" é desde já um dos mais criativos discos lançados em 2010. O "conceito" criado por Janelle -um androide que tenta lutar contra a opressão do mundo- tempera as canções que reúnem lembranças de Funkadelic, James Brown, Prince, Michael Jackson.
Ainda jovem, Janelle parece ter a experiência de alguém que sabe bem onde quer chegar. Escalou um time de produtores para ajudá-la a dar luz ao disco. As músicas são ambiciosas, ousadas -ela não tem medo de colocar sopros, sintetizadores e teclados diversos, brincar com o andamento das canções.

 


O primeiro single do álbum é "Tightrope" (que traz participação de Big Boi no vocal). A faixa é um achado: alegre, festiva, dança sem tropeços entre o funk e a disco music.
Já a também divertida "Dance or Die" apresenta uma participação do poeta e músico Saul Williams. Em "Make the Bus", ela muda o caminho: chama a banda indie Of Montreal, para quem ela abriu alguns shows nos EUA.
"Mushroom & Roses" é uma balada que poderia servir de trilha para Jane Fonda em "Barbarella". Em "Wondaland", Janelle dá novo sentido à soul music no mundo digital, com uma pitada de psicodelia.
Acredite em Janelle Monáe. Ouça por meio do (http://hypem.com) ou do (www.myspace.com/janellemonae).

 


"Ponta de Lança Africano (Umbabarauma)". A clássica faixa do então ótimo Jorge Ben foi regravada por Daniel Ganjaman (Instituto), Zegon (N.A.S.A.), Mano Brown (Racionais MCs) e as cantoras Thalma de Freitas, Céu e Anelis Assumpção.
É projeto bancado pela marca que patrocina a seleção brasileira. A nova versão deve ser lançada ainda durante o Mundial. Sabiamente, a "Umbabarauma" 2010 não é muito diferente da original. Uma boa sacada é uma espécie de interlúdio em que Mano Brown canta um rap que tem o futebol como tema.

 


O Mickey voltou. O Mickey Gang, no caso. O quarteto de adolescentes de Colatina (ES), que já foi citado no "NME", "Guardian" e "Clash", assinou contrato com a gravadora Deck e está produzindo o primeiro disco. Antes do álbum, eles colocam nas lojas um compacto em vinil.


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