São Paulo, sexta-feira, 02 de julho de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Sucesso traz dólares e exibições na TV

Humoristas têm milhões de acessos na rede, mas nem sempre emissoras pedem autorização para reproduzir

Para ganhar dinheiro no YouTube, é preciso passar por um processo de autorização que pode durar alguns meses

DE SÃO PAULO

Mederijohn Corumbá (não é nome artístico), Tiago Cadore e Patrícia dos Reis são três pós-adolescentes de Balneário Camboriú que resolveram fazer vídeos de humor no seu enorme tempo livre. Desde 2007 colocaram no YouTube 85 vídeos com sua marca, a Galo Frito. Agora começam a colher os frutos.
"Neste mês, estamos tirando algo em torno de US$ 8.000", diz Corumbá. Toda vez que alguém clica em uma propaganda veiculada ao lado de um vídeo do Galo Frito, eles acumulam alguns centavos. "Algumas propagandas rendem 10 centavos de dólar. Outras, 30 ou 50 centavos. Algumas pagam um dólar por clique", diz o o rapaz.
Para ganhar dinheiro assim não basta produzir um vídeo original. O YouTube precisa reconhecer você ou seu grupo como um fornecedor de conteúdo. "O processo leva meses, geralmente. Mas eu tive sorte. Me aprovaram em um dia", diz Corumbá.
O maior responsável pelo dinheiro do Galo Frito é uma paródia do cantor adolescente Justin Bieber, que ganhou ali a alcunha de Justin Biba. Foi vista 4 milhões de vezes em dois meses e dobrou o acesso aos vídeos do grupo.
O sucesso também rende chateações. Há alguns dias, o programa "Legendários", da Record, colocou no ar um vídeo de 10 segundos do Galo Frito, mas apagou o logotipo do grupo. "Vou processar", estrilou Corumbá.
A Record recuou: "O "Legendários" usa imagens produzidas, ou de arquivo e ainda, em alguns casos, vídeos disponíveis na internet, como é usual em várias produções. Caso haja algum tipo de uso indevido, o programa e a Record estão dispostos a negociar uma solução", afirmou Celso Teixeira, gerente de comunicação da rede.

REPERCUSSÃO
Fernando Motolese reclama que foi seu vídeo em inglês "Save Galvao Birds", que brincava com a fama de papagaio de Galvão Bueno, que fez o locutor comentar o assunto ao vivo na Globo (e dizer que tinha adorado a brincadeira).
"O "Pânico" reproduziu os comentários de Galvão, mas disse que eram uma resposta à faixa "Cala a boca, Galvão" que eles levaram a um jogo da Copa. Estão roubando minha repercussão", reclama Motolese, cujo vídeo foi comentado até no "New York Times". Ninguém do programa ou da Rede TV! respondeu à Folha sobre o assunto.
Por fim, Pablo Peixoto e seu "Dunga em um Dia de Fúria" (1,2 milhão de exibições) também chegaram lá. "O vídeo foi exibido na íntegra pela Rede TV!, mas eles me pediram autorização e deram créditos. Trechos foram exibidos no "Leitura Dinâmica" (Rede TV!) e no "Fala que Eu Te Escuto", da Record. O primeiro com pedido, o segundo não..."
(IVAN FINOTTI)


Texto Anterior: Negócio de riso
Próximo Texto: Utilizar trecho de filmes é proibido
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.