São Paulo, quinta-feira, 02 de agosto de 2007 |
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MARCOS AUGUSTO GONÇALVES Cansei de política A politização da tragédia era inevitável, mas, transformada em rixa política, emburreceu
QUANDO me deparei com comentários, logo após a tragédia de Congonhas, que acusavam o governo de ter "assassinado" aquelas pessoas, pensei comigo:
e se tiver ocorrido um erro humano,
o que será dito depois? Lula está incomodadíssimo com as vaias que levou no Maracanã. E já está vendo fumaça de golpe no movimento "Cansei", lançado por empresários de São Paulo. Pura cascata. Não há golpismo nenhum em cena. É a conhecida lenga-lenga de petistas e intelectuais de esquerda, sempre que alguma coisa vai mal para o governo. Se Lula é alvo de preconceitos, não é menos verdade que o simples fato de alguém ser rico e paulista no Brasil pode despertar ódios e rancores profundos. Qual é o problema de ricos se movimentarem para fazer oposição e cobrar mais eficiência do governo? Rico não pode se manifestar? Só pobre? Só classe média? O mais deprimente nessa história é o argumento do presidente, que dá bandeira ao se queixar de não ser correspondido pelos ricos -a quem seu governo estaria favorecendo. É uma piada. Não foi apenas Lula que levou vaias no Pan. O narrador Galvão Bueno também ouviu, na Arena Olímpica, um incômodo (e impublicável) coro das arquibancadas. O povo não é bobo -lembram-se? Texto Anterior: Mônica Bergamo Próximo Texto: Viúva e fãs despedem-se de Antonioni Índice |
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