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Viúva e fãs despedem-se de Antonioni
Velório do cineasta italiano, cujo enterro será hoje em Ferrara, sua cidade natal, atrai homenagens na Prefeitura de Roma
Enrica Fico, viúva do diretor italiano, cita "mistério" da coincidência da morte do marido com a do diretor sueco Ingmar Bergman
DA REPORTAGEM LOCAL
Ela sempre dizia: "Você olha
muito para as mulheres!". Ele
respondia: "É o meu trabalho!".
Enrica Fico lembrou ontem o
diálogo freqüente que tinha
com o marido, o cineasta italiano Michelangelo Antonioni,
morto na segunda, aos 94.
A viúva estava diante do corpo de Antonioni, exposto em
câmara-ardente na Prefeitura
de Roma, para as homenagens
da população, antes do enterro,
que ocorrerá hoje, em Ferrara,
onde nasceu o diretor que rompeu com o neo-realismo italiano com filmes como "Blow Up",
"A Aventura" e "A Noite".
No velório, artistas e políticos fizeram declarações sobre a
decisiva marca que Antonioni,
mestre do cinema moderno,
deixa na arte do século 20.
Em suma, "a Itália chora
[por] um gigante muito pouco
italiano", observou o diário
francês "Libération", lembrando que ele passou a realizar sua
obra fora da Itália -primeiro
nos EUA- desde o fim dos anos
60. Ele estreou em longas em
1950, com "Crimes d'Alma".
Enrica comentou a coincidência no desaparecimento de
Antonioni e do cineasta sueco
Ingmar Bergman, outro ícone
do cinema moderno, cuja morte, aos 89, na ilha de Farö, foi
anunciada na segunda-feira.
"[Antonioni] morreu num
dia de lua cheia de julho, o mais
luminoso do ano, com a lua
mais pura. É um mistério que
dois grandes do cinema tenham ido para sempre no mesmo dia."
Farão homenagem a Bergman, cujo enterro foi privado, o
Instituto de Cinema Sueco, o
teatro Dramaten, os festivais de
Estocolmo e Gotemburgo e a
prefeitura de Estocolmo.
Com agências internacionais
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