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CRÍTICA
Heróis do mal fazem leitor torcer para lado negro
DA REPORTAGEM LOCAL
"Seis Mil em Espécie" começa
no mesmo dia em que acaba "Tablóide Americano": 22 de novembro de 1963. Data do assassinato
do presidente americano John
Kennedy.
E, segundo o mundo descrito
taquigraficamente de Ellroy,
quem fez isso foi um bando de
"kaipiras" ligados à KKK a mando da Máfia, com a ajuda da CIA e
do FBI. Cuba, Miami e Castro
saem de cena. O jogo agora é Vietnã, Las Vegas e Luther King.
Os heróis de Ellroy continuam
sua batalha para piorar o mundo.
Pete Bondurant, anticomunista
ferrenho, agora cultiva heroína no
Camboja para financiar a guerra
contra Martin Luther King e seus
direitos humanos, promovida secretamente pelo FBI.
Ward Littell é advogado da máfia e trai seus outros clientes em
favor dos gângsters. Wayne Junior é bonzinho e se nega a matar
um cafetão em troca dos seis mil
dólares do título. Mas logo muda
de postura em relação à vida.
Em conexão com esses personagens fictícios, Ellroy coloca diversas figuras históricas dos Estados
Unidos, como os irmãos Kennedy
e Martin Luther King. E consegue,
por incrível que pareça, fazer o leitor torcer para o lado negro da
força.
(Ivan Finotti)
Seis Mil em Espécie The Cold Six Thousand
Autor: James Ellroy
Tradução: Alves Calado
Editora: Record
Quanto: R$ 65 (848 págs.)
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