São Paulo, segunda-feira, 02 de setembro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CRÍTICA

Heróis do mal fazem leitor torcer para lado negro

DA REPORTAGEM LOCAL

"Seis Mil em Espécie" começa no mesmo dia em que acaba "Tablóide Americano": 22 de novembro de 1963. Data do assassinato do presidente americano John Kennedy.
E, segundo o mundo descrito taquigraficamente de Ellroy, quem fez isso foi um bando de "kaipiras" ligados à KKK a mando da Máfia, com a ajuda da CIA e do FBI. Cuba, Miami e Castro saem de cena. O jogo agora é Vietnã, Las Vegas e Luther King.
Os heróis de Ellroy continuam sua batalha para piorar o mundo. Pete Bondurant, anticomunista ferrenho, agora cultiva heroína no Camboja para financiar a guerra contra Martin Luther King e seus direitos humanos, promovida secretamente pelo FBI.
Ward Littell é advogado da máfia e trai seus outros clientes em favor dos gângsters. Wayne Junior é bonzinho e se nega a matar um cafetão em troca dos seis mil dólares do título. Mas logo muda de postura em relação à vida.
Em conexão com esses personagens fictícios, Ellroy coloca diversas figuras históricas dos Estados Unidos, como os irmãos Kennedy e Martin Luther King. E consegue, por incrível que pareça, fazer o leitor torcer para o lado negro da força. (Ivan Finotti)

Seis Mil em Espécie The Cold Six Thousand
    
Autor: James Ellroy
Tradução: Alves Calado

Editora: Record
Quanto: R$ 65 (848 págs.)



Texto Anterior: Trecho
Próximo Texto: ACONTECE
Cinema: Produção da França ganha festival em SP

Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.